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Delegação da Afinsa na Guarda continua aberta

E os cerca de mil clientes estão tranquilos porque lhes foi garantido que a empresa tem liquidez para cumprir os seus contratos

A delegação da Afinsa na Guarda ainda está aberta e a actuar dentro da normalidade que é possível. Apesar da responsável da filial não ter prestado declarações, “O Interior” sabe que os cerca de mil clientes da região já foram tranquilizados numa reunião, onde lhes foi garantido que a empresa tem liquidez para cumprir os seus contratos.

A empresa, especializada em bens tangíveis de colecção, inaugurou o gabinete na Guarda no dia 1 de Abril de 2004, juntando-se às quatro já existentes no país, nomeadamente em Leiria, Lisboa, Porto e Braga. A dependência, localizada na Rua 31 de Janeiro, veio dar apoio ao coleccionador, nas áreas da filatelia, da numismática e da arte, bem como na vertente do investimento. Neste momento possui uma carteira de cerca de mil clientes, que abrange o distrito da Guarda, a Covilhã e ainda o distrito de Viseu. Desde o dia 10, altura em que a empresa-mãe, sediada em Espanha, foi encerrada por suspeita de fraude, que a actuação da delegação se limita ao atendimento e esclarecimento de clientes. A gerente em Portugal da Afinsa, Maria do Carmo Lencastre, garantiu que a empresa vai cumprir todos os contratos feitos no nosso país.

Na passada terça-feira, o “Jornal de Negócios” avançou que as contas bancárias da sucursal portuguesa da empresa já tinham sido congeladas pelo tribunal. Contudo, a responsável da Afinsa portuguesa comentou à mesma fonte «já ter ouvido falar do assunto», mas garantiu que a empresa ainda não tinha sido notificada da decisão. No entanto, Maria do Carmo Lencastre explicou que «o facto de não se poderem movimentar as contas não significa que não tenha lá dinheiro para fazer face aos compromissos com os clientes». A responsável admitiu que nem todos os clientes conseguiram recuperar os seus investimentos na semana passada, já que a empresa só satisfez os pedidos dos casos que já tinham sido aprovados em Espanha. «Temos estado a actuar dentro da normalidade que nos permite a limitação imposta pelo facto de ter sido encerrada a sede central em Espanha», disse. «Os nossos clientes podem estar tranquilos. A empresa sempre cumpriu os seus compromissos e tem condições para continuar nesse rumo», disse a responsável. Apesar do congelamento das contas da empresa, a Afinsa Portugal tem liquidez para cumprir os seus contratos, assegurou Maria do Carmo Lencastre.

Recorde-se que há uma semana, as autoridades espanholas desencadearam uma operação de busca à Afinsa em Espanha, baseada em suspeitas de burla de selos vendidos a preços muito superiores aos reais, prejudicando milhares de investidores. Destas diligências culminou a detenção de quatro dirigentes da Afinsa, entre os quais o português Albertino Figueiredo e o seu filho Carlos de Figueiredo Escriba, quatro do Fórum Filatélico e um outro fornecedor. Neste momento, a empresa não pode seguir com a comercialização dos selos, uma vez que «os selos vendidos pela Afinsa estão em Espanha, e como está tudo selado, não sabemos os selos que temos disponíveis para comercialização e os que não temos, logo não podemos prosseguir com a actividade nesse sentido», constatou a responsável. Entretanto, a Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) anunciou que se vai reunir na próxima semana com responsáveis portugueses da Afinsa, em virtude das centenas de queixas que receberam nos últimos dias, de investidores da empresa, que temem agora perder as suas poupanças.

Patrícia Correia

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