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De costas para o Guiness

Carlos Henrique de Souza subiu da Covilhã à Torre de costas por causa do livro dos recordes

Embora a ideia seja inédita, andar de costas em longas distâncias não é uma novidade para Carlos Henrique de Souza. Mas desta vez o brasileiro, de 37 anos, quis ir mais longe e percorreu, na última sexta-feira, cerca de 20 quilómetros entre a Praça do Município, na Covilhã, e a Torre. A distância foi coberta em mais de cinco horas, mas o atleta tem agora outro desafio pela frente. É que vai ter que reunir o maior número possível de informações, como fotografias, recortes de imprensa sobre o feito e o testemunho da GNR – que o acompanhou ao longo do percurso –, para conseguir a homologação do seu recorde pela comissão do “Guiness Book”.

Carlos Henrique, que também foi campeão de boxe no Rio de Janeiro, participou desde cedo em provas de atletismo. Um dia, «por brincadeira», um repórter da Globo sugeriu-lhe que percorresse a São Silvestre, uma das mais importantes corridas do Brasil, de costas. Aceite o desafio, o próprio ficou surpreendido: «O meu corpo adaptou-se extraordinariamente bem à modalidade», garante. A partir daí, dedicou-se a esta peculiar forma de desporto e já tem no seu currículo inúmeros percursos realizados de costas. Há dois anos andou 30 horas «com temperaturas da ordem dos cinco graus negativos» na Alemanha, conta, mas no Brasil o seu maior feito foram 270 quilómetros entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Já em Portugal, onde reside há cerca de um ano, fez o Caminho de Santiago a partir de Guimarães, demorando 11 dias, em Janeiro último. No final de Julho, andou de costas de Lisboa até Fátima, participou na Maratona Carlos Lopes e no próximo domingo vai percorrer a Vasco da Gama envergando a camisola da Covilhã.

Uma relação que nasceu com a noiva, a covilhanense Cristina Rato. Posteriormente, e após inúmeras passagens pela Covilhã, a autarquia propôs-lhe representar a cidade. Por isso, e embora resida actualmente em Carcavelos, a mudança para a Covilhã está «para breve», adianta, acrescentando que muito perto de se tornar o «único corredor português da modalidade». Carlos Henrique espera ter o seu nome no “Guiness Book” graças à subida à Torre, mas isso também não será uma novidade. Na verdade, ele já consta no livro dos recordes desde 1995, quando se consagrou o «artista plástico mais excêntrico do Brasil» pelos seus trabalhos de pintura com «materiais pouco vulgares». De resto, o atleta está em conversações com a Câmara da Covilhã para expor esses trabalhos na cidade.

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