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David Blanco vence Volta a Portugal

Ciclista que ganhou na Guarda dominou contra-relógio final entre Idanha e Castelo Branco

David Blanco venceu, na terça-feira, a 68ª edição da Volta a Portugal em bicicleta ao ganhar a décima e última etapa, um contra-relógio individual de 39,6 quilómetros entre Idanha-a-Nova e Castelo Branco.

Quarto à partida, o corredor da Comunitat Valenciana cumpriu o “crono” em 52.54 minutos, à média de 44,081 km/h, impondo-se por quatro segundos ao argentino Martin Garrido (Duja-Tavira) e por 11 ao australiano Benjamin Day (Carvalhelhos-Boavista). Carlos Pinho (Barbot-Halcon), que envergava a camisola amarela e tinha 57 segundos de vantagem sobre o espanhol, terminou a mais de quatro minutos. Nascido em Berna, na Suíça, há 31 anos, David Blanco foi ladeado no pódio pelo também espanhol Hector Guerra e pelo português Cândido Barbosa, ambos da LA-Liberty, que ficaram a 1.08 e 1.50 minutos, respectivamente. No historial de vencedores, Blanco, que já tinha ganho a etapa que terminou na Guarda, sucede ao Vladimir Efimkin e é o 13º estrangeiro a vencer a Volta a Portugal em 68 edições. «Sabia que podia ganhar, mas é sempre complicado. Saí a dar o máximo e tive sorte, num dia daqueles que acontecem raramente. Só no primeiro ponto, antes de virar para a direita, é que me disseram que tinha um bom tempo e comecei a pensar na vitória. Houve uma altura em que já não sentia as pernas», disse o espanhol no final.

David Blanco considerou que ganhar a Volta a Portugal é «uma coisa grande», já que a prova foi «muito dura, com muitos ataques, um novo líder a cada dia. Foi impressionante», admitiu, dedicando o triunfo à família e aos companheiros. «Se não fosse a Volta a Portugal seria uma época para esquecer porque ficámos sem o Tour (França) e sem a Vuelta (Espanha). Desde os 8 anos que ando de bicicleta, mas continuei a estudar (Administração e Gestão de Empresas). Mas prefiro a bicicleta a trabalhar num escritório, onde só aguentei seis meses», confessou. Visivelmente desiludido, Cândido Barbosa (LA-Liberty), terceiro da geral, oitavo na etapa e vencedor da classificação por pontos, felicitou David Blanco. «Foi o mais forte num contra-relógio muito duro, numa distância ao nível das grandes Voltas», referiu, acrescentando ter dado o seu melhor para vencer a prova rainha do ciclismo nacional, objectivo que falha pela segunda vez consecutiva. «Foi pena não ter conseguido o objectivo de inscrever o meu nome no palmarés. Tudo o que ganhámos foi pouco para aquilo que fomos fazendo ao longo de todos estes dias, mas saio de cabeça erguida e consciência tranquila. Não foi mesmo possível», sublinhou. Cândido Barbosa ainda tem mais um ano de contrato, que muito provavelmente será o último da sua carreira, mas «tudo vai depender de como correr a época», indica.

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