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Da Moldávia com amor

Piotr Viriliu, moldavo na escola

Estrangeiros na nossa escola já vão sendo em número razoável e eles tornam a nossa comunidade escolar rica em culturas e línguas diferentes. O seu sotaque decalca os contornos de outro país. Esforçam-se por ser claros no que dizem e por perceber o que lhes é dito; porém nem sempre é fácil. Angústia e saudade misturam-se com alegrias passageiras, que vêm quando se esquecem do que deixaram e se desvanecem quando se recordam.

Piotr Viriliu, da Moldávia, frequenta o 10.º ano e é mais um dos representantes da Europa oriental na nossa escola. Na entrevista, Piotr revelou-se alheio às circunstâncias, mas bem ciente da sua situação. Como os outros, mostrou a saudade que sente. “Tenho saudades da Moldávia, claro.” Quando questionado sobre a se acha que a sua mudança foi positiva, responde que “preferia estar na Ucrânia, mas vir para Portugal foi melhor para o meu ensino.” Cá, disse, as condições são melhores no que toca ao ensino, mas também há grandes lacunas.

“A Moldávia é o meu país, o país de que gosto, onde deixei as minhas raízes. Tenho saudades”, repetiu, para enfatizar o seu carinho pelas origens. Pensa no entanto que cá em Portugal as oportunidades são maiores, mas não pára de ouvir que isto “está muito mal” e isso preocupa-o.

A adaptação, afirmou, “foi um pouco difícil mas agora tudo é já bastante fácil apesar de a língua portuguesa ainda lhe pregar partidas. Sentiu todavia um bom acolhimento por parte dos colegas, que nem por isso deixaram de estranhar a língua que fala melhor, o russo. Felizmente não era o único e encontrou em Ganna (ucraniana) um grande apoio e uma a oportunidade de voltar a falar a sua língua materna com alguém da sua idade.

Mas não esquece os momentos especiais que viveu na Moldávia e como foi feliz lá.

EXPRESSÃO, Março 08

André Pacheco (10.º E)

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