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D.P.O.C.

Fundação Portuguesa do Pulmão

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (D.P.O.C.) é uma doença prevenível e tratável, caracterizada pela presença de obstrução crónica e progressiva do fluxo aéreo, não totalmente reversível, que pode levar à insuficiência respiratória.

Trata-se de uma resposta inflamatória anómala dos pulmões consecutiva à inalação de partículas, gases nocivos, fumo de tabaco, combustíveis de biomassa e agentes profissionais.

Manifesta-se habitualmente por queixas de tosse, expectoração, pieira e cansaço fácil.

Embora sendo uma doença subdiagnosticada e subestimada, lidera as principais causas de morbilidade e mortalidade.

Afecta, segundo a OMS, 210 milhões de pessoas em todo o mundo, é a quinta causa de morte nos países de alto rendimento e a décima causa de incapacidade.

Em Portugal a prevalência de DPOC, segundo os últimos estudos, rondará os 14% na população com mais de 40 anos de idade, revelando-se como a segunda causa de internamentos hospitalares por doença respiratória e como a quinta causa de morte.

Esta patologia constitui um importante problema de Saúde Pública tendo-se verificado nas últimas décadas um aumento consistente quer nas taxas de morbilidade, quer nas taxas de mortalidade, o que representa enorme impacto sócio-económico pelos custos directos de consumo de serviços de saúde: consultas, medicação e internamentos; como também pelos custos indirectos relativos ao absentismo laboral.

Para o incremento da doença contribui não só o envelhecimento da população como também o consumo de tabaco, o qual tem vindo infelizmente a aumentar no sexo feminino.

O tabagismo é comprovadamente o principal factor de risco para o desenvolvimento da DPOC, sendo responsável por 85 a 90% dos casos.

Assim, no combate à DPOC constituem objectivos principais de intervenção não só a promoção da saúde através de evicção tabágica e da desabituação tabágica, como também o diagnóstico precoce da doença.

A espirometria é o teste de função pulmonar utilizado para o diagnóstico de DPOC.É um exame simples de realizar, não invasivo e facilmente reprodutível. Mede os volumes pulmonares e o fluxo de ar mobilizado em cada inspiração e expiração.

No dia 10 de Novembro, deslocou-se à Guarda uma unidade móvel devidamente equipada que se instalou na Praça Luís de Camões e possibilitou à população da cidade aceder não só à realização gratuita de espirometrias como também ao esclarecimento de questões relativas à patologia respiratória.

Foram efectuadas 296 espirometrias o que é revelador do interesse da população por este problema. Dos exames efectuados foram identificadas alterações em 28 casos que tiveram encaminhamento para os seus médicos assistentes.

Por: Luís Ferreira

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