Arquivo

Cursos Profissionais pela primeira vez

Design e Análise Laboratorial

Parece que a frase “Não abriu por falta de alunos” está a passar de moda. Este ano podemos orgulhar-nos. Abriram este ano lectivo dois novos cursos: o curso Profissional Técnico de Design de Equipamento (10º I) e o Curso Profissional Técnico de Análise Laboratorial (10º J). Os nomes podem parecer compridos mas mostraram interesse entre os alunos que se matricularam no 10º ano. As duas turmas criadas são bastante diversificadas, já que têm alunos que já frequentaram a nossa escola no passado ano lectivo, como têm também alunos de outras escolas da cidade, sendo a maioria da Escola de S. Miguel.

São cursos com a duração de três anos (10º, 11º e 12º) e o que levou os alunos a escolhê-los e a sua progressiva implantação levou-nos a falar com um dos Directores de Turma, o professor José Abrantes (10º I). Segundo o professor, as expectativas estão altas e até agora os alunos adaptaram-se bem e estão a gostar.

Estes novos cursos profissionais são dirigidos principalmente a alunos que não pretendem prolongar os seus estudos para além do ensino secundário, não deixando de existir a possibilidade de continuar os estudos, frequentando a universidade. Sendo assim, esta iniciativa proporciona aos alunos o entrar na vida activa de uma maneira muito mais rápida, já que não necessitam de realizar exames nacionais em qualquer ano. Ao concluir o 12º ano, os alunos recebem um certificado específico de competências e ainda um Curso de Qualificação Profissional de Nível III, em comparação com os alunos dos CEF (Cursos de Educação e Formação), que têm apenas de Nível II. “Trocando por miúdos”, significa que estes alunos, para além de ficarem com a equivalência ao 12º ano, possuem também um reconhecimento profissional das suas capacidades a nível internacional, o que lhes possibilita trabalhar no estrangeiro, tendo as mesmas oportunidades de um qualquer cidadão de outro país.

Mas não pensem que estes alunos têm a vida facilitada. São alunos que têm uma carga lectiva muito superior aos restantes alunos do 10º ano (aproximadamente 42 horas semanais) e aqueles que deixarem algum módulo para trás não poderão concluir o ano lectivo nem receber o certificado específico. Tal como os alunos dos cursos gerais de ciências ou humanidades, estes têm também disciplinas de índole geral como Português, Matemática, Língua Estrangeira, TIC, Educação Física, entre outras, e disciplinas de índole específica. Apesar de serem as mesmas disciplinas, nos cursos profissionais as de carácter geral têm o nome de Formação Sócio-Cultural e as específicas dividem-se em dois grupos, as disciplinas de Formação Científica e as disciplinas de Formação Técnica.

A avaliação de todas as disciplinas é feita por módulos (de 0 a 20) – daí não terem sido adaptados manuais, sendo que, sempre que seja necessário, o professor indicará aos alunos a consulta de um determinado manual.

As faltas processam-se de forma diferente. No secundário podem dar faltas apenas em 10% do número total de horas, já durante o estágio (que irá decorrer no 12º ano) os alunos podem faltar apenas 5% do número total de horas.

O estágio destes cursos é como que a “Área de Projecto” do 12º ano. Decorre no mesmo ano e tem um nome pomposo (Formação em Contexto de Trabalho). Tem lugar em empresas ou outras entidades da região e aqui os alunos são postos à prova. É aqui que os alunos provam e aplicam os conhecimentos apreendidos durante o secundário (onde tiveram um ensino prático e virado para o profissionalismo). Tem uma duração de 420 horas, sendo que se reduziram horas de outras disciplinas para que o estágio fosse realizado ainda durante o decorrer do 12º ano.

É apesar de tudo um curso sem subsídio específico, mas espera-se que a longo prazo possa vir a ter. Mas, com ou sem subsídio, o curso abriu, não tendo isso significado qualquer tipo de barreira para os alunos.

Mónica Silva (12º G)

EXPRESSÃO, Nov. 07

Sobre o autor

Leave a Reply