O Bispo da Guarda pretende fazer cumprir a administração colectiva da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Alfaiates, no Sabugal, apesar da revolta popular. Recorde-se que D. Manuel Felício nomeou, por decreto, uma administração colectiva para dirigir a Misericórdia em vez de validar a lista, liderada por Joaquim Vaz, eleita por larga maioria a 7 de Fevereiro e, posteriormente, a 14 de Março. Ambos os sufrágios foram anulados, com o argumento de que os Irmãos não estavam habilitados a votar por não terem jurado o Compromisso ao Provedor.
Esta situação revoltou os populares da localidade, que agora não querem ver o diácono António Lucas como provedor, à frente da comissão administrativa. Socorrendo-se dos estatutos, D. Manuel Felício alega, em comunicado no sítio na Internet da Diocese da Guarda, que «a admissão dos novos irmãos somente será considerada definitiva depois de eles assinarem perante o Provedor documento pelo qual se comprometem a desempenhar os seus deveres de irmãos». O bispo entende, assim, não ter havido «qualquer cumprimento por parte dos irmãos» em causa, pelo que, «no exercício das competências que o Direito confere ao Ordinário do lugar, este nomeou uma Comissão Administrativa para governar a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Alfaiates, que tomou posse em 29/03/ 09, para cumprir a missão que lhe foi confiada, com finalidades bem definidas no Decreto de nomeação publicado em 24/03/09», lê-se no site da Diocese da Guarda.
Entretanto, no mesmo site, a Curia Diocesana denuncia «ameaças» e «comportamentos incorrectos» levados a cabo por populares de Alfaiates sobre membros desta entidade, mas apela agora ao «bom senso e que e sejam criadas todas as condições objectivas para que a Comissão Administrativa cumpra a missão que lhe foi confiada e que consta do Decreto de nomeação».
