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A Coreia do Norte, uma república muito popular, tem surgido nas notícias como o maior perigo estratégico para os vizinhos mais ou menos próximos. É o lançamento de mísseis em direcção ao Japão, é um teste nuclear no subsolo, é passar uma rasteira à Arábia Saudita e ser apurada para o Mundial de 2010. Segundo alguma imprensa mal intencionada, parece que o José Peseiro deu alguma colaboração numa destas tarefas. Espero que não tenha sido no transporte da bomba atómica, porque se o homem suava que se fartava no banco do Sporting, nem quero imaginar como será num bunker de Pyongyang.

Pela maneira como falha nos momentos decisivos, Peseiro pode muito bem ser um agente secreto da Coreia do Norte. Repare-se no ar gorducho e atarracado que o treinador tem em comum com o ditador coreano. E graças ao trabalho de Peseiro na Arábia Saudita, a Coreia do Norte lá vai ao mundial de futebol quase 50 anos depois.

A tese do poderio nuclear norte-coreano é também contestada por alguns analistas, que garantem ter sido a explosão provocada por uma gastroenterite colectiva depois uma feijoada servida numa inauguração. E mesmo que o regime esteja na posse de uma bomba nuclear, há várias questões que atrapalham a sua utilização. Em primeiro lugar, o único avião decente em Pyongyang é o avião da Playmobil onde viaja o presidente. Sendo um avião reduzido à escala, o mais provável é uma bomba atómica não caber em nenhum compartimento. Os coreanos estão também preocupados com o nome da bomba. Um engenheiro que sugeriu “Little Boy” foi enforcado por fazer gracinhas com o supremo líder. Por fim, há o dilema do alvo. Há facções dentro do regime que gostariam de bombardear algumas áreas do país, mas os mais realistas sugerem a inexistência de seres vivos fora das cidades e de vida inteligente dentro do palácio presidencial.

O presidente norte-coreano chama-se Kim Jong Il e os seus filhos conhecidos, Kim Jon Un e Kim Jong Sun. Estes senhores são parentes afastados de Jor-El e o seu filho Kar-El, o nome com que o Super Homem fora baptizado em Krypton. E não se julgue que é apenas o nome que os denuncia. Um cabelo como o do líder comunista só pode ter saído da imaginação dos desenhadores da DC Comics. Consta o ditador Kim mandou fazer uma versão do Super Homem nos estúdios de banda desenhada de Pyongyang, mas como os seus criadores nunca viram um automóvel, a famosa capa do primeiro número do “Homem de Aço” sofreu uma ligeira variação. Em vez de segurar num carro com uma única mão, o Super Homem coreano aparece a levantar José Peseiro.

Por: Nuno Amaral Jerónimo

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