«A médica radiologista tem desempenhado um serviço acima da primeira expectativa, confirmando a aposta e a confiança que este Conselho de Administração depositou nela». É assim que José Cunha, director clínico do Hospital Sousa Martins, reage às críticas feitas por alguns médicos revoltados e inseguros com o desempenho do serviço de Radiologia. Dada a inexistência de um director de serviço – desde que Graça Simões iniciou o gozo de licença sem vencimento de longa duração -, Cunha está a desempenhar essas funções, acompanhando «bastante de perto» os exames complementares de diagnóstico do foro radiológico, cujo trabalho elogia.
José Cunha diz mesmo que a radiologista tem uma «óptima» relação com todos os médicos do hospital, que consulta «regularmente» os processos clínicos dos doentes e é uma pessoa que «cumpre o dever de médica responsável e idónea». O director clínico vai mais longe louvando o facto da médica discutir «sempre» com os médicos quando a avaliação do processo e da observação clínica «lhe parece haver necessidade de um exame complementar. Ela tem esse cuidado», assegura. Situação contrariada por alguns médicos ouvidos por “O Interior”, mas o responsável confronta-os especificando que até o número de exames feitos actualmente é «bem superior» ao passado, tal como a cobertura horária. Quanto às queixas dos médicos, sobretudo de Cirurgia, Ginecologia e Medicina Interna, José Cunha diz-se «surpreso», salientando que apenas se tem apercebido que há da parte de «um ou outro» médico um cuidado «desmesurado em vigiar essa médica» na realização de exames e de análise dos doentes. «Um clister opaco é discutido entre o radiologista e o médico que o pede», explica o responsável, realçando que quando um médico se queixa de que a radiologista discute, no aspecto técnico, a conveniência deste ou daquele exame com o médico requerente, «eu interpelo-o da razoabilidade de se queixar de uma conduta em que os serviços de assistência devem ser feitos. Deve haver um trabalho em equipa e não apenas a opinião de um médico iluminado», continua. Cunha chega mesmo a destacar a «vantagem» de ter alguma «equipa vigilante» e «oposição» dentro do hospital, porque «gere-se melhor». «É um dever meu que haja vigilância de colegas, porque também é meu dever zelar pela qualidade da prestação dos serviços», realça.
Quanto à Radiologia em si, José Cunha garante que hoje trabalha «melhor» que há tempos atrás. «Estamos a trabalhar melhor do que ontem e queremos que assim continue», refere o responsável, para quem o Sousa Martins está a tornar-se num «verdadeiro hospital universitário». Ainda assim, Cunha não esconde que tem recebido algumas «opiniões» acerca da radiologista, mas elogia o facto de o fazerem junto de si e não da Ordem dos Médicos ou da Inspecção, assegurando que acompanha «de perto» os actos médicos ali praticados.
