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Culturguarda reduziu passivo em 2012

Contas da empresa municipal que gere o TMG revelam quebras das receitas e de algumas despesas

A empresa municipal Culturguarda, que gere o TMG, terminou o exercício de 2012 com um resultado líquido de 0 euros, quando tinha sido positivo em mais de 58 mil euros em 2011. As contas do exercício foram aprovadas por maioria na reunião de Câmara da passada segunda-feira, com a abstenção dos dois eleitos do PSD.

De acordo com o documento – desta vez fornecido aos jornalistas –, no final de 2012, a Culturguarda tinha um passivo ligeiramente superior a três milhões de euros, o que significa uma redução de cerca de 230 mil euros relativamente ao ano anterior. Os resultados da empresa municipal baixaram em quase todos os itens, com destaque para as vendas do café-concerto (-30 por cento comparativamente a 2011), a produção de eventos (-24 por cento) e o aluguer de espaços (-77 por cento). Também o subsídio à exploração pago pela Câmara foi reduzido em cerca de 181 mil euros, tendo a Culturguarda recebido 868.732 mil euros em 2012 contra pouco mais de um milhão de euros no ano anterior. Já as receitas da bilheteira cresceram 44 por cento, para 66.829 mil euros. No total, as vendas e prestações de serviços da Culturguarda baixaram um por cento, de 245.825 euros em 2011 para 242.380 euros em 2012.

No relatório destaca-se ainda o aumento dos gastos com pessoal, que passaram de 460.932 euros (2011) para 500.177 euros (2012). O revisor oficial de contas chama igualmente a atenção para o facto da empresa municipal ter, no final de 2012, seis prestações mensais em atraso, no valor global de 74.700 euros, referentes ao pagamento à autarquia de mais de 2,5 milhões de euros pela transferência do edifício do TMG. De resto, os jornalistas não tiveram acesso ao parecer do revisor oficial de contas e às recomendações que resultaram de após uma auditoria efetuada em abril deste ano. Recorde-se que a Culturguarda vai juntar-se à Guarda, Cidade Desporto na futura Guarda Dinâmica, a nova empresa municipal que ainda não recebeu luz verde da Direção-Geral das Autarquias Locais e do Tribunal de Contas, conforme reiterou Joaquim Valente na segunda-feira.

Nesta sessão, a oposição votou contra a adjudicação à PT por ajuste direto, por 50 mil euros, da prestação de serviços para circuitos de Internet e ligação a edifícios deslocalizados. «É uma contratação de uma Câmara rica», criticou Rui Quinaz, lembrando que este serviço vai custar 1.400 euros por mês durante os próximos três anos.

Luis Martins

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