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Cultura de exigência

Menos que Zero

No ensino …

Os alunos dos 4º e 6º anos fizeram provas de aferição. Para avaliação dos alunos? Não, para as estatísticas. Conclusão: os resultados acabarão por não reflectir a realidade, já que muitos alunos se borrifaram pura e simplesmente para uma prova sem qualquer peso na sua nota final.

Quem não ficou nada contente com as provas foi a Fenprof, pois considera que o ministério apenas pretende avaliar os professores e as escolas. E se fosse para isso, estaria muito bem. Aliás, as provas só pecam por não terem qualquer peso na nota final, pois nesse caso seriam um extraordinário momento para avaliar todos os intervenientes no processo educativo. Assim de pouco servirão, pois todos vão dizer que faltou motivação aos alunos, pelo que os resultados são inconclusivos.

Uma nota final para sublinhar a posição da Fenprof que, por princípio, parece ser contra tudo o que signifique avaliação: são contra aos rankings de escolas, contra a classificação de docentes, contra os exames nacionais e, agora, também contra as provas de aferição. Aparentemente, esses senhores não compreendem que o sucesso do país passa pela transparência do sistema e por uma verdadeira cultura de exigência no campo do ensino.

… e nas autarquias.

Por falar em exigência e transparência, a Câmara da Covilhã está a ser investigada pela Inspecção-Geral de Administração do Território (IGAT). De acordo com a imprensa, no despacho do relatório final da IGAT é solicitada a intervenção do Ministério Público por alegada violação de leis urbanísticas e do ordenamento do território. Enquanto se espera pelo final de todo o processo, há pelo menos uma certeza: este tipo de inspecções não deveria ser um acto extraordinário, mas sim uma rotina nas autarquias portuguesas. Aliás, deveriam ser os próprios autarcas a pedir estas inspecções sempre que algum tipo de suspeita é levantado em sessões autárquicas, na imprensa ou até mesmo em blogues. Com este tipo de atitude, estou certo que acabaria o clima de suspeição em relação aos autarcas. Mais transparência e mais exigência são essenciais para o normal funcionamento de qualquer democracia moderna.

Por: João Canavilhas

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