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Cultura “Comum” em marcha em Aguiar da Beira

Município integra rede de programação cultural entre sete autarquias dos distritos de Aveiro, Guarda e Viseu

O projecto “Comum – Rede Cultural” é entronizado sábado à noite em Aguiar da Beira ao ritmo da música tradicional moçambicana. A Timbila Muzimba apadrinha uma inédita rede de programação cultural criada entre sete municípios dos distritos de Aveiro, Guarda e Viseu para suprir as lacunas existentes na região em termos de actividades e dinamizar os respectivos espaços culturais. Teatro, música, dança, exposições, cinema, ateliers pedagógicos e conferências são as propostas em agenda até Maio de 2006.

Constituída em Março, esta rede cultural resulta do desafio lançado pela Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) e o Cine Clube de Viseu às câmaras de Aguiar da Beira (Guarda), Oliveira de Frades, Mangualde, Santa Comba Dão, Tondela, Vouzela (Viseu) e Sever do Vouga (Aveiro). Sete parceiros que formam a partir de agora um circuito privilegiado de itinerância de eventos e que vai contribuir para valorizar os respectivos espaços culturais, garantir condições económicas mais vantajosas na contratualização das actividades, bem como apoiar a criação dos agentes locais cujos trabalhos circularão pelos espaços da “Comum”. São as «virtudes» do trabalho em rede, pode ler-se num dossier promocional do projecto, e que assegura 16 eventos anuais em cada município até Maio de 2006, altura em que o conceito vai ser avaliado. «Com a adesão a este projecto pretende-se promover uma efectiva democratização do acesso aos bens culturais», refere Fernando Andrade, presidente da Câmara de Aguiar da Beira, que espera ainda que a “Comum” sirva para «fidelizar» o público aguiarense com a cultura e contribua para o «contágio/convívio criativo» entre artistas locais e visitantes.

O Centro Cultural de Aguiar da Beira, uma sala com capacidade para 209 espectadores, vai ser um dos sete palcos da rede. A nova programação começa este sábado à noite com a orquestra moçambicana Timbila Muzimba. Formada em 1997 por um grupo de jovens músicos e bailarinos do bairro do Jardim, nos arredores de Maputo, esta formação de 10 elementos tem vindo a testar as possibilidades de combinar instrumentos musicais, ritmos e melodias tradicionais com contemporâneos. Embora uma boa parte do seu repertório seja baseado em timbila, o grande desafio, que inclui entre outras actividades a pesquisa dos ritmos, canções, danças e técnicas de construção e execução de instrumentos musicais tradicionais de Moçambique, reside no facto de incluir no seu programa temas inspirados nas diversas tradições dos diferentes grupos étnicos ali existentes. Mas a “Comum” tem já calendarizados para Junho uma sessão de cinema (dia 19) – “Pamplinas Maquinista”, de Buster Keaton, musicado ao vivo pelos “Macacos das Ruas de Évora” a partir da música original de Gregg Moore – e um concerto de Gomo (dia 26), revelação da pop electrónica portuguesa.

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