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Culpa do atraso nas obras do parque municipal «não morrerá solteira»

O aviso é de Álvaro Amaro, para quem o argumento do abate de árvores foi «uma falácia» e terá de haver imputações morais

A providência cautelar contra obras no parque municipal foi considerada improcedente pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco. As obras vão agora ser retomadas com «dois meses de atrasos», pelo que «vamos estudar se temos que imputar a alguém este atraso ou não», adiantou o presidente da Câmara da Guarda, à margem da reunião do executivo na segunda-feira.

Álvaro Amaro não tem dúvidas que o argumento do corte das árvores foi «uma falácia», considerando que os autores da providência cautelar «quiseram bloquear a obra, por muito que dissesse que estava disponível só para cortar o necessário, que era um projeto para a cidade». Sem ainda ter decido o que poderá fazer, o edil deixa uma certeza: «Comigo a culpa não morre solteira, tem de haver uma imputação moral. Foi mau para a Guarda, houve um grande atraso», afirmou. A primeira fase da obra devia estar concluída em junho e com o atraso poderá arrastar-se para agosto, «o que pode pôr em causa a segunda fase», refere o edil, sem adiantar uma data para a conclusão da obra. Quanto ao possível corte de mais árvores o autarca responde que «queremos devolver o parque à cidade, o corte resultará de um acordo entre os técnicos e não de curiosos», tendo acrescentado que isso «não é uma prioridade para nós».

Já Graça Cabral afirmou não estar surpreendida com a decisão, pois «esta providência cautelar não tinha muito sentido na maneira como foi proposta, tentando abranger todas as intervenções camarárias». Para a vereadora do PS – a única presente na reunião dado que Joaquim Carreira esteve ausente por motivos profissionais –, «não terá sido intenção do executivo cortar árvores por cortar», pelo que esta foi uma «interpretação exagerada desse posicionamento da Câmara, embora compreenda que o grupo de cidadãos tenha direito à sua manifestação e ideias». Nesta sessão o executivo aprovou por unanimidade diversos protocolos de cooperação com várias instituições. Destaque para o acordo de parceria na área da educação que prevê a atribuição de um valor global de 50 mil euros a repartir pelo Instituto Politécnico da Guarda (20 mil euros), Ensiguarda, Outeiro de S. Miguel e Conservatório de Música S. José da Guarda (10 mil euros para cada instituição). «Assim cobrimos todo o sector educativo, para o tornar mais competitivo e captar mais estudantes», justificou Álvaro Amaro.

Em discussão esteve ainda uma primeira revisão aos documentos previsionais de 2017 que mereceu a abstenção do PS. Graça Cabral disse tratar-se de «uma opção do executivo, é a lei que o permite, mas reflete a necessidade fazer face às despesas e às obras que foram lançadas até agora». Esta revisão traduz-se num aumento de quase cinco milhões de euros, sendo as verbas mais significativas destinadas a exposições e similares (510 mil euros), viadutos arruamentos e obras complementares (805 mil euros) e parques e jardins (310 mil euros). O executivo ratificou a adjudicação da sinalização horizontal e segurança rodoviária, mas com a abstenção do PS, que entende que a autarquia tem «meios técnicos suficientes» para esse trabalho.

Já Álvaro Amarou assinalou o arrendamento de sete apartamentos no edifício construído pela extinta sociedade Polis no Rio Diz, em regime de venda condicionada, e a venda de mais um lote da plataforma logística à empresa Eventologia Unipessoal Lda, de produção de eventos e artefactos. Na reunião de segunda-feira foi ainda anunciada a criação de um prémio de iniciativa e estimulação à investigação no território, em colaboração com o Centro de Estudos Ibéricos (CEI). O galardão terá uma dotação de 2.500 euros e pretende incentivar trabalhos de investigação nas áreas do território, desenvolvimento local, projetos inovadores e dinamização económicos.

Guarda Folia com Roteiro de Vaca Jarmelista

O programa de Carnaval “Guarda Folia” foi apresentado na segunda-feira e terá como ponto alto, na tarde de dia 26, o tradicional “Julgamento do Galo” e um desfile onde vão participar 29 freguesias do concelho. Os participantes habilitam-se a ganhar um prémio de mil, 500 e 250 euros para os primeiros três classificados. Este ano o galo vai chegar dia 18 à Praça Velha, onde vai ficar até à hora do julgamento. O primeiro dia do programa de Carnaval vai ser dedicado às escolas, com um desfile onde participarão cerca de 1.600 crianças. Já os artesãos foram desafiados a participar com galos feito pelos próprios na exposição “Gal’Art”, que ficará patente até ao final de março no Espaço da Terra. De regresso estão também as Tabernas do Entrudo, no pátio do Museu da Guarda, com a participação de oito associações. Entre os dias 24 e 28, 36 restaurantes do concelho compõem o “Roteiro da Vaca Jarmelista”, com ementas exclusivas, numa iniciativa realizada com a AcriGuarda.

Ana Eugénia Inácio Obras no parque municipal vão ser retomadas

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