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Crisântemo da Saudade

Ao entrarmos pela porta principal do Mercado Municipal da Guarda, não olhando para alguns maus-tratos e má conservação, temos a sensação de sermos bem recebidos, porque, a dois passos, temos, para regalo da nossa vista, flores naturais e artificiais (…).

Isto, para um visitante, é esplêndido. Na semana dos finados poucos mercados ou praças do país teria apresentado tanta flor onde predominava, em beleza e quantidade, o crisântemo (…). Olhando bem para os produtores destas flores, nota-se que são já de alguma idade, mas tiveram a coragem e trabalho de produzirem e, no dia e hora exacta, apresentarem o fruto do seu trabalho, digno de estar incluído nos “F’s” da Guarda. Como seria bom que esta gente do nosso Mondego e de outras zonas se unissem e organizassem para produzir mais produtos em grande escala. Basta querer com garra e fazer desaparecer os murinhos, pedrinhas e silvas na divisão de pequenas parcelas de terra.

As chamadas grandes superfícies comerciais estão aí a bater-nos à porta, o que eles não conseguem é produzir bom, saboroso e saudável. A autarquia podia ajudar a escolher terrenos e analisá-los para uma melhor e mais rentável produção. E, ao falar nisto, não deixem arrefecer as pedras da Praça Velha. Exponham e vendam, seja o que for, mas sem nunca dar a ideia de miséria, como vimos no passado domingo, em Lisboa, pessoas famintas à procura de castanhas no assador gigante (…). Não esquecer também de chamar sempre a televisão, principalmente o programa “Portugal Directo” (…). Vê-se com frequência na televisão qualquer terra a apresentar os seus festejos, pois façamos nós um festival dos festivais na praça que ninguém tem.

António Nascimento, Guarda

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