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Credores da Nova Penteação com duas propostas de viabilização

Paulo de Oliveira e Aníbal Ramos na corrida para aquisição da empresa

Os credores da empresa de lanifícios da Covilhã têm pela primeira vez em cima da mesa, desde que se iniciou o processo, duas propostas para serem votadas até esta sexta-feira, se bem que o resultado desta votação apenas será divulgado na assembleia marcada para o próximo dia 26. A oferta que reunir 66,7 por cento dos votos dos credores será automaticamente aprovada.

Depois de em Agosto ter retirado a sua proposta alegando estar «cansado» dos vários adiamentos, Paulo de Oliveira apresentou pela terceira vez uma solução de viabilização da Nova Penteação. A novidade da proposta do dono da Penteadora de Unhais e da Paulo de Oliveira, S.A. assenta na redução dos créditos do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (de 1,9 milhões de euros para 217 mil euros), do montante do Fundo de Garantia Social referente aos pagamentos feitos ou a fazer aos trabalhadores para 250 mil euros (no caso de ser superior), e a redução dos demais credores em 89 por cento, com a ressalva de que os 11 por cento devidos serão pagos no prazo de 25 dias após a aprovação da proposta. A dívida ao Estado, de 154 mil euros, será paga «integralmente» no prazo de 25 dias. Contudo, e à semelhança da oferta apresentada anteriormente, a proposta de Paulo de Oliveira fica «sempre condicionada» a um acordo com os trabalhadores, para os quais o empresário laneiro disponibiliza 1,5 milhões de euros, «acrescidos aos subsídios e apoios a que legalmente tenham direito».

Do outro lado da disputa, Aníbal Ramos, que se fez substituir pelo advogado Victor Ramalho, ex-secretário de Estado da Indústria no Governo de Guterres, propõe constituir duas sociedades no trespasse da fábrica, estratégia no âmbito da qual transferiria para uma «todos os vínculos contratuais» dos trabalhadores que sejam actuais e efectivos, sobrando o património para outra sociedade. Quanto às indemnizações aos trabalhadores, Victor Ramalho garante apenas que «nunca será abaixo dos 1,5 milhões de euros». Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB), lamentou que o processo não tivesse ficado decidido naquele dia e criticou o facto destas duas propostas não esclarecerem «com clareza» a situação dos trabalhadores.

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