A CP está a estudar «um novo modelo de exploração» da Linha da Beira Baixa, na sequência da eletrificação de todo o percurso ferroviário, anunciou a empresa na semana passada.
O investimento «altera significativamente as condições de exploração desta linha, permitindo o abandono da tração diesel», esclareceu por escrito a CP, citada pela agência Lusa. Nesse sentido, está a ser realizado «um estudo sobre um novo modelo de exploração que permita tirar partido das novas condições» e que «melhor se adeque às necessidades de mobilidade da região». De acordo com a CP, as taxas médias de ocupação em 2010 nesta linha foram de «cerca de 40 por cento para os serviços Intercidades e 10 por cento para os regionais». O total de viagens na ferrovia da Beira Baixa foi «da ordem das 590 mil, cerca de 53 por cento das quais em serviço regional». Para a associação “Amigos da Linha da Beira Baixa”, o receio é que a CP «substitua os comboios Intercidades por automotoras triplas elétricas (UTE) de qualidade inferior», disse o vice-presidente.
Segundo Hélder Bonifácio, esta informação terá sido transmitida «por quadros intermédios da empresa», acrescentando que a região ficaria pior servida com estas composições «recauchutadas, habitualmente usadas em circuitos suburbanos e não de longo curso, logo, com menos conforto». Para Carlos Pinto, edil da Covilhã, será «paradoxal» se esta possibilidade se concretizar «logo a seguir à modernização que o Estado fez na linha». Já a CP alega que «é prematuro falar na substituição de material motor e automotor, sendo certo que permanecerá a coexistência do serviço Intercidades e Regional, numa melhor conjugação de serviços». Desde 2009 que não há ligação entre a Guarda e a Covilhã por causa das obras de modernização da via, estimando a REFER, empresa responsável pela infraestrutura ferroviária nacional, que a eletrificação entre Castelo Branco e a Covilhã possa estar concluída no verão.
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