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Covilhã respira teatro universitário em Março

Grupos e espectáculos vão estar sujeitos à avaliação do público e de um júri

O TeatrUBI – Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior inicia a 1 de Março o tradicional ciclo de teatro universitário, mas desta vez com uma estreia. Com “Instantâneos”, criação colectiva do grupo com a colaboração da bailarina Filipa Francisco e de Mathieu Réau, o TeatrUBI volta a privilegiar o experimentalismo ao conjugar teatro, dança e “teatro aéreo”. «Haverá alturas em que os actores estarão a gravidade zero», refere Rui Pires, presidente do grupo, sem querer adiantar a essência da peça que estreia no primeiro dia da mostra e estará em cena no dia seguinte.

A nona edição do ciclo de teatro universitário, que decorre até 14 de Março no Teatro-Cine da Covilhã, volta a contar com a participação de grupos já conhecidos do público covilhanense, caso dos espanhóis Maricastaña, os Sin-Cera (Grupo de Teatro da Universidade do Algarve), o TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra), Cénico de Direito (Grupo de Teatro da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa) e o GRETUA (Grupo de Teatro Experimental da Universidade de Aveiro). Juntar-se-lhes-ão grupos mais recentes como o SOTAO (Sociedade Onírica de Teatro Amador Orgânico do Instituto de Abel Salazar) e a “2º a Circular Tearte”, da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa. Outros estreantes neste ciclo vêm de Espanha e chamam-se Aula de Teatro de la Universidade de Extremadura (Cáceres), Grupo de Teatro de la Universidade Carlos III de Madrid e AIET- Associació d’Investigació i Experimentació Teatral, Facultat de Geografia i Historia de la Universitat de Barcelona.

À semelhança da última edição, grupos e espectáculos estão sujeitos à avaliação do público e de júri composto por pessoas ligadas ao teatro. Os premiados ganharão uma escultura da autoria de Moreira Neves. «Tivemos muitas dificuldades para a realização do nono ciclo de teatro universitário. Houve que fazer alguns cortes, mas não fica nada aquém das edições anteriores», esclarece Rui Pires, ao lamentar a falta de apoios das entidades regionais. Com um orçamento de cerca de 35 mil euros, o TeatrUBI conta apenas com o apoio da UBI e do Inatel, para além da disponibilização do Teatro-Cine e de outros espaços por parte da Câmara da Covilhã. «Completamos 16 anos de actividade, temos provas dadas e não compreendemos porque não nos apoiam», lastima, recordando tratar-se do único ciclo de teatro universitário realizado em Portugal e os diversos prémios internacionais ganhos pelo grupo noutros festivais. «Há uma falta de reconhecimento da cidade ao trabalho do TeatrUBI», critica. O evento conta ainda com a realização de um “workshop” gratuito a 10 de Março, aberto a todos os interessados, a actuação do grupo profissional espanhol “MEDEA_73”, com a peça “Mamacona”, e um concerto de música no bar “Sons e Sabores” no último dia do festival.

Liliana Correia

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