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Covilhã deve apostar na reconstrução na zona do Pelourinho

Movimento Cidadania Covilhã recomenda várias medidas para a revitalização do centro histórico

Transformar o Pelourinho numa «praça confortável», em que a componente cívica tenha prioridade sobre o trânsito automóvel, e relacionar a construção na área de expansão da cidade com a obrigatoriedade de reconstruir no centro são algumas das sugestões do Movimento Cidadania Covilhã (MCC) para promover a revitalização da Praça do Município e da envolvente. Estas são algumas das conclusões retiradas do debate sobre o centro da “cidade-neve”, realizado no final de Junho, e constam de um documento, divulgado na última sexta-feira, com reclamações e sugestões para tornar aquela zona mais atractiva.

A habitação, os serviços e o espaço público são os três eixos de actuação «prioritários» para os quais o MCC apresenta sugestões. No primeiro ponto é proposta a penalização dos edifícios devolutos ou em ruína, como forma de «incentivar a recuperação do edificado, o arrendamento e o rejuvenescimento da área». Promover o equilíbrio entre as zonas novas e velha da cidade, relacionando a construção na área de expansão com a obrigatoriedade de reconstruir no centro é outra das ideias sugeridas. Na vertente dos serviços e equipamentos públicos é proposto «contrariar ou compensar» a sua transferência do centro para a periferia, de modo a responder às necessidades dos residentes e a atrair visitantes. Limitar a criação de novas superfícies comerciais de grande dimensão dentro da área urbana é outro objectivo. Em relação ao espaço público, é sugerido dotar o centro de espaços de permanência e circulação «respeitosos para com os cidadãos, aumentando a área pedonal e os espaços verdes», bem como tornar o Pelourinho numa praça confortável em que a componente cívica prevaleça sobre o trânsito.

Também os participantes no debate deixaram algumas propostas, como o facto dos comerciantes do centro terem que rever a sua oferta em função do turismo, «proporcionando o tipo de gastronomia e produtos que os turistas pretendem e que identificam a região», além da necessidade de adequar os horários dos seus estabelecimentos. Outra sugestão tem a ver com a criação de «espaços de confluência e vivência quotidiana» no Pelourinho, aproveitando-se, por exemplo, as arcadas da Câmara Municipal para serviços diversos, como um balcão de turismo, uma galeria de arte, um café ou um restaurante de qualidade. Recorde-se que os principais problemas apontados pelo público no debate prendem-se com «a baixa atractividade de não-moradores no quotidiano, falta de equipamentos e espaços urbanos atractivos para a sociabilidade, incapacidade de renovação habitacional e de atrair novos residentes», bem como aspectos críticos quanto à qualidade de vida no dia-a-dia, défice de participação cidadã e de abertura da autarquia e políticas que promovem o despovoamento e a desvitalização do centro.

Ricardo Cordeiro

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