Arquivo

Covilhã com orçamento de 37,2 milhões de euros em 2017

Com uma dotação superior à de 2016, documento foi aprovado por maioria no executivo com os votos desfavoráveis da oposição

Três votos contra dos eleitos da CDU e do Movimento Acreditar Covilhã (MAC) e quatro a favor, dos vereadores socialistas e de Joaquim Matias (PSD), resultaram na aprovação do orçamento da Câmara da Covilhã para 2017 com uma dotação de 37,2 milhões de euros.

Apresentado na passada quinta-feira, em reunião de Câmara extraordinária, trata-se de um orçamento que o presidente da autarquia chama de «realista, fidedigno e que se cola à realidade da nossa economia». Segundo Vítor Pereira, o aumento de mais de dois milhões de euros relativamente ao deste ano deve-se ao «aproveitamento de fundos comunitários», designadamente do Pacto de Desenvolvimento da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU). A requalificação da central de camionagem, do Teatro Municipal, que se pretende que seja «um espaço de inovação cultural», do antigo edifício da PSP, onde vai nascer uma área de incubação de empresas, do antigo liceu, que será destinado à inovação social, a recuperação de 26 habitações do centro histórico para arrendamento, a criação de ciclovias e a aposta em bicicletas elétricas são os principais projetos da autarquia para o próximo ano, recordou o autarca. «Este orçamento respeita os objetivos que nos norteiam não apenas no próximo ano, mas nos seguintes», sublinhou o edil socialista.

Da oposição chegaram críticas e votos de reprovação. O vereador da CDU começou por lamentar que «os restantes membros do executivo não tenham sido chamados a participar na elaboração de um documento tão importante». As críticas não se ficam por aqui e, para José Pinto, trata-se de um orçamento «documento meramente contabilístico, que não define o que é melhor para a cidade». Na sua opinião, é mesmo «um orçamento plagiado do de 2016, sem nada de novo, com obras de anos anteriores. Além de incompleto, parece um déjà-vu», conclui o eleito da CDU.

Os vereadores do MAC, Pedro Farromba e Nuno Reis, partilharam da mesma opinião e referem-se ao documento como «uma cópia mal elaborada das últimas versões que este executivo tem apresentado aos covilhanenses», com os «mesmos erros» que revelam «a fragilidade governativa que há muito se vem confirmando». O aumento das taxas e licenças é também apontado pelo MAC e pela CDU como «um fator negativo» do orçamento para 2017. Pedro Farromba acha mesmo que haverá receitas «que ficarão aquém das expetativas de execução» e são «completamente irrealistas», caso da venda de terrenos ou imoveis. Por outro lado, o vereador considera que são apresentadas «despesas fictícias» que mostram que «este orçamento foi elaborado totalmente á revelia das Juntas de Freguesia».

Críticas rejeitadas por Vítor Pereira, para quem o próximo orçamento é «muito próximo daquilo que são efetivamente as nossas receitas, sem empolamento». O presidente da Câmara admite que se trata de «um documento técnico e contabilístico», mas que vai ao encontro das «opções e decisões políticas e que estão devidamente plasmadas nas rubricas correspondentes». Além disso, o autarca recorda que este é ainda «um orçamento de contenção, mas tenho a firme convicção que o de 2018 vai ser bem mais generoso» devido «ao esforço que temos vindo a fazer para sanear financeiramente a nossa Câmara Municipal».

Ana Eugénia Inácio MAC e CDU consideram documento «meramente contabilístico»

Sobre o autor

Leave a Reply