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Covilhã, Cidade Inovação

Decorreu entre 3 e 7 de Abril no Parkurbis, Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, a semana dedicada ao “Debate de Ideias sobre Tecnologia, Inovação e Empreendedorismo”, onde, mercê de uma magnífica organização em que nada foi deixado ao acaso, foram abordados temas de interesse actual e fundamentais para o desenvolvimento sustentado da nossa sociedade, como sejam a criação de empresas de base tecnológica, a importância dos parques científicos e tecnológicos, o capital de risco, as oportunidades de investimento em Portugal, as tecnologias de informação, as biotecnologias, as energias renováveis, e a transferência de tecnologia e inovação, tendo um dos momentos mais significativos sido a assinatura de um protocolo entre o Parkurbis e a API Capital. A par das diversas sessões temáticas, que contaram com a participação de reputados especialistas em cada área, decorreram exposições de protótipos e demonstrações de equipamentos que utilizam na sua concepção e construção tecnologias de ponta. A adesão a esta iniciativa de sucesso foi notável, por parte de empresários, alunos, professores, e jovens empreendedores, conscientes da importância deste evento para as suas actividades. Por outro lado, os jovens contaram ainda com o impulso do “RoadShow” da ANJE, no sentido de serem incentivados à criação das suas próprias empresas pondo na prática os seus conhecimentos teóricos e os conceitos sobre empreendedorismo aprendidos ao longo das suas licenciaturas na Universidade da Beira Interior.

Ao meditar-se um pouco sobre os três temas nucleares associados ao debate de ideias, sem dúvida que se conclui que espelham uma sequência lógica e natural da evolução que se pretende para o crescimento e desenvolvimento da nossa sociedade: “Tecnologia”, na medida em que representa a criação de saber industrial e é o estudo dos processos técnicos e científicos no que eles têm de geral e nas suas relações com o desenvolvimento da civilização; “Inovação”, atendendo a que a evolução das diversas tecnologias se deve inevitavelmente à criação de processos e coisas novas e originais; “Empreendedorismo”, porque permite que toda a criação tecnológica associada à inovação possa ser posta ao serviço da humanidade, graças à existência de pessoas arrojadas, com espírito de iniciativa e com visão empresarial. Recorde-se, com base em sondagens recentes, que 65 % dos alemães e 66 % dos britânicos consideram ser a economia de mercado o melhor sistema de desenvolvimento. Ora, este modelo assenta essencialmente na livre concorrência e, por conseguinte, tem a sua força anímica suportada pela livre iniciativa, ou seja, o empreendedorismo.

Presentemente, encontram-se associadas ao Parkurbis cerca de dezena e meia de empresas de base tecnológica, e outras mais virão, mesmo do estrangeiro, fruto do esforço notável que a administração do parque tem desenvolvido no estabelecimento e na diversificação dos contactos internacionais que tem vindo a efectuar. A UBI tem assumido igualmente um papel notável, graças à excelência da investigação que realiza, reconhecida nacional e internacionalmente, em áreas tão diversas e abrangentes como por exemplo os sistemas de informação, os meios multimédia, as telecomunicações, os têxteis inteligentes, a produção de papel, a biomedicina, a bioquímica, os sistemas de saúde, os fluídos, os materiais, os equipamentos electromecânicos, os sistemas de accionamento, a electromedicina, a aeronáutica, a engenharia civil, etc. A sua dinâmica de excelência assenta igualmente na elevada qualificação do seu corpo docente, que conta com mais de 50 % de doutores, e nas suas estruturas de elevadíssima qualidade – laboratórios de ensino e investigação, centros de investigação e projectos financiados, bibliotecas, e o índice de computadores por aluno. Prova disso é a adopção generalizada do paradigma de Bolonha, a todas as áreas dos saberes ministrados na instituição.

A sinergia entre a Universidade, o Parkurbis e os empreendedores colocou definitivamente a cidade da Covilhã e a região da Cova da Beira nos roteiros de ciência, inovação, tecnologia e empreendedorismo. Com toda a certeza que teremos mais alunos, mais massa crítica e mais investimentos a fixarem-se na nossa cidade, contribuindo de forma decisiva para o seu progresso imparável. Por isso, considero que estamos todos de parabéns, pois estamos a saber encarar o futuro com grande esperança e com optimismo redobrado.

Por: Carlos Cabrita *

*Presidente da Faculdade de Engenharia e do Conselho Científico e Tecnológico do Parkurbis

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