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Covilhã capital do teatro universitário

Festival começa no sábado com a participação de cinco companhias espanholas, uma brasileira e outra de Porto Rico

Este ano, o teatro universitário chega mais cedo à Covilhã. A XIIª edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, promovido pelo Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior (TeatrUBI), em colaboração com a Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA), arranca sábado à noite no Teatro-Cine.

O evento, orçado em 35 mil euros, vai prolongar-se até 14 de Março, e começa com “Posso Avançar? Pergunta o cavalo”, o mais recente trabalho co-produzido pelo TeatrUBI e a ASTA. A peça, dirigida por Cecília Gomez, é interpretada por Graça Faustino, João Cantador, Mafalda Morão, Nicia Silva, Rui Pires e Sérgio Novo. No domingo apresenta-se o Cénico de Direito – Grupo de Teatro da Faculdade de Direito de Lisboa, com “É urgente o amor”, de Luís Francisco Rebello. Na noite seguinte sobe ao palco a Aula de Teatro da Universidade da Corunha (Espanha), com “Ubu Rei”, de Alfred Jarry. “Retalhos da Memória” é a proposta para terça-feira. A peça, com concepção e direcção de Júnior Mosko, é da responsabilidade do SESI, o Grupo do Serviço Social da Indústria de Sorocaba (São Paulo, Brasil). “Los bajos fondos”, de Máximo Gorki, é a proposta do Teatro UBÚ, o Grupo de Teatro da Universidade de Castilla La Mancha, Campus de Albacete (Espanha), para 5 de Março.

Um dia depois está em cena uma adaptação colectiva do livro “Voces de Chernóbil – Crónica del Futuro”, de Svetlana Alexievich. Trata-se da peça “El País de Nomeacuerdo – Vivir después Chernóbil”, pela Taller 0607, da Aula de Teatro da Universidade Autónoma de Madrid (Espanha). A 7 de Março apresenta-se o Grupo de Teatro Académico de Leiria, com “Inimigos”, de Nigel Wiliams, encenado por Pedro Wilson. Já o Grupo de Teatro da Universidade do Minho apresentará (dia 8) “Tá a andar de mote”, de João Negreiros. Trata-se de um espectáculo em que José Luís Costa vai dizer poemas de Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, António Gedeão, Pablo Neruda, Joaquim Pessoa, entre outros. Veteranos neste certame são os Maricastaña (Ourense), que regressam dia 9 com “84”, uma produção inspirada na icónica obra “1984”, de George Orwell. A direcção e dramaturgia são de Fernando Dacosta.

O FC-ACTO, o Grupo de Teatro da Faculdade de Ciências de Lisboa, actua na noite seguinte com “Pedra, Papel ou Tesoura”, de A. Branco. A 11 de Março apresenta-se mais uma companhia espanhola. “La Quadra Magica”, grupo profissional de Barcelona, mostra o trabalho “Hotel Barcelona”, inspirado na obra “Terra Baixa”, de Àngel Guimerà. Já o GRETUA, Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro, estará em cena na noite seguinte com “Auto do Aleatório”, de Gil Vicente. A penúltima noite deste ciclo está a cargo do Grupo de Artes Escenicas Colombeia da Universidad de Porto Rico, com “La vuelta al mundo en 80 dias”, de Júlio Verne. A mostra termina com a peça “Plagiai”, de António Abernú, uma co-produção da ASTA e do TeatrUBI, estreada na edição transacta.

Poderá não haver TeatrUBI em 2009

Ligado ao TeatrUBI desde 2000, Rui Pires não esconde algum «cansaço» na direcção da companhia. «Já não tenho paciência para lidar com situações menos claras», disse mesmo, na passada sexta-feira, na apresentação do ciclo de teatro. As principais “queixas” vão para a falta de apoios. «A última vez que o reitor veio ver uma peça do TeatrUBI foi em 1999», lamenta. «No estrangeiro somos recebidos pelos reitores de todas as universidades e aqui, além de não termos apoio, não somos reconhecidos», critica. Nestas condições, o grupo de teatro da UBI poderá vir a enfrentar um cenário de «vazio directivo» já em 2009. Este ano, o TeatrUBI conta apenas com mais dois novos elementos, sendo actualmente constituído por seis actores e dois técnicos, um dos quais cedido pela ASTA.

Rosa Ramos

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