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Corte nos vencimentos da classe política

Paulo Portas, invocando na Assembleia da República, o congelamento compulsivo de salários da Função Pública, imposto por aquele que é, merecidamente, reconhecido como o pior ministro das Finanças de toda a Europa, propôs o corte do subsídio de Natal a todos os membros do governo, deputados, PR, presidentes de Câmara, gestores de empresas públicas…. Com a petulância habitual, Sócrates disparou: “Isso é uma proposta populista e que tem por objectivo ganhar mais uns votos e nessa eu não alinho”.

A proposta de Portas faz todo o sentido, pois, para além do simples subsídio de Natal de Sócrates ser equivalente ao esforço de dois mil funcionários de rendimento mais baixo, (esse número subiria para seis mil se ao de Sócrates fosse, também, adicionado o subsídio do governador do Banco de Portugal), seria de exigir que fossem aqueles que nos levaram a esta miserável situação, os primeiros a serem penalizados. Mas não, apesar de ouvirmos o primeiro e o tal ministro dizer que os sacrifícios têm que ser suportados por todos, a verdade é que os sacrificados são sempre os mesmos!

Seria mesmo de esperar que a invulgar, mas moralizadora, proposta de Portas, merecesse mais uns milhares de votos e a resposta de Sócrates correspondesse a uma perda de igual número. Acontece que cá no sítio e com estes indígenas, as coisas não são assim. Eles gostam é de ouvir a propaganda barata que um qualquer mentiroso lhes faz entrar pelas mentes entorpecidas e incapazes de raciocinar. Nesse caso, o estímulo é garantido, como temos visto. Depois queixam-se, mas nada aprendem.

Nem o facto de o homem, que sempre se gabou de ter posto as contas públicas em ordem, não poder agora ser demitido depois da descoberta de mais um enorme escândalo, apenas porque isso, pasme-se, poderia significar a bancarrota tal é, afinal, a fragilidade das contas públicas portuguesas, parecem incomodar, para não dizer acordar, os indígenas.

Apesar do anteriormente descrito, arrisco-me a publicitar uma petição que corre na Internet e em que se pede, precisamente, o corte de (apenas) 2,9 por cento no vencimento dos políticos bastando, para tanto, escrever no Google o título acima. Claro que já a assinei e creio que, se muitos milhares o fizerem, estaremos a lançar um sinal importante, no sentido da moralização desta sociedade que tão carecida está dos valores mais básicos.

Manuel dos Santos, Guarda

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