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“Corporatocracia” e FMI

Atual, como nunca, deixo-vos, uma vez mais, para reflexão, uma transcrição parcial e adaptada do documentário “Zeitgeist Addendum”, o qual, a par com “Inside Job”, expõe com clareza as causas para a degradação económica e social por que estamos (quase) todos a passar.

«Como é que a sociedade pode ficar, algum dia, livre de dívidas? Não pode, e é esse o objetivo. E é o medo da perda de bens, junto com a luta para os manter, criada pelos juros que dificilmente poderão ser pagos, que mantém o escravo do salário na linha, correndo numa roda de hamster, como outros milhões de semelhantes, fortalecendo um império que só beneficia a elite no topo da pirâmide. No fim de contas, para quem você realmente trabalha? Para os bancos!

O dinheiro é criado no banco e acaba invariavelmente de volta ao banco. Eles são os verdadeiros senhores, junto com as corporações e governos que apoiam.

A escravidão económica exige que as pessoas consigam a sua própria casa e comida. Este é um dos esquemas mais engenhosos para manipulação social alguma vez criados, a par da religião e, na sua essência, é uma guerra invisível contra o povo.

A dívida é a arma usada para conquistar e escravizar sociedades, e os juros são a sua munição principal.

Enquanto a maioria de nós vive sem saber desta realidade, os bancos, associados aos governos e corporações, continuam a aperfeiçoar e a expandir as suas táticas de guerra económica, implantando novas bases como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), ao serviço da “corporatocracia”.

A “corporatocracia” é liderada por um grupo de indivíduos que gerem as grandes empresas, e agem realmente como imperadores. Controlam os Media, direta ou indiretamente, através da publicidade e controlam a maioria dos políticos, porque financiam as suas campanhas quer através das corporações quer por donativos pessoais.

As corporações não são eleitas, não cumprem um tempo de mandato ou dão satisfações, e no topo da “corporatocracia”, não conseguimos saber se os líderes trabalham para as corporações ou para o governo, porque estão sempre a trocar de posição.

Numa hora temos alguém que é presidente duma grande construtora, e a seguir é primeiro-ministro ou um primeiro-ministro que passa a presidente de uma megaconstrutora.

De certa forma, o nosso governo é invisível a maior parte do tempo, mas as suas políticas são aplicadas pelas corporações, num nível ou noutro, e novamente as políticas do governo, basicamente, são criadas pela “corporatocracia” e apresentadas pelos líderes políticos, criando uma relação muito estreita e profícua. Todos eles trabalham a partir de uma premissa básica que é a maximização de lucros sem ter em consideração os custos socioeconómicos e ambientais.

Este processo de manipulação pela “corporatocracia”, através da dívida soberana, suborno e derrube político, chama-se Globalização». Pois… O Fundo de Ladroagem Internacional, já cá está. Não vem aí nada de bom.

Para terminar, as palavras de Jiddu Krishnamurti, filósofo indiano, que advogava, já nos anos 50, ser necessária e urgente uma mudança fundamental na sociedade, a qual só poderia acontecer através da transformação da consciência individual: «Urge trazer para a mente humana uma revolução radical pois, esta crise, é acima de tudo, uma crise de consciência. Uma crise que não pode mais aceitar as velhas normas, os velhos padrões e as ancestrais tradições. Considerando o que o mundo é hoje com toda a miséria, conflito, brutalidade destrutiva, agressão, e por aí fora… o homem ainda é o que era. Ainda é brutal, violento, agressivo, aquisitivo, competitivo e construiu uma sociedade sob estes termos».

Por: José Carlos Lopes

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