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Coração de Plástico

mitocôndrias e quasares

É recorrente ouvir diversos indivíduos dizer que lhes dói o coração. Se estes forem adolescentes muito provavelmente muito não passará de mais um drama semelhante aos que passam em diversos conteúdos televisivos, contudo se esta dor for num individuo adulto algo poderá estar mal neste orgão fundamental do corpo humano.

O coração é um saco do tamanho de um punho constituído por um músculo cardíaco de paredes resistentes, protegido pelo tecido fino e forte que o envolve, o pericárdio, e com uma forma que se assemelha à de uma pêra. Está situado na cavidade torácica, levemente desviado para a esquerda, com a extremidade mais longa voltada para baixo e inclinada para a esquerda.

Este orgão é uma bomba activada electricamente, que se contrai ritmicamente para manter o sangue em movimento, a percorrer as artérias e as veias. Mais exactamente, funciona como duas bombas interligadas, separadas por uma parede muscular, o septo. Cada um dos lados contém uma câmara superior e uma inferior, chamadas respectivamente aurícula e ventrículo. As duas aurículas de paredes finas recebem o sangue das veias, e os dois ventrículos de paredes grossas fazem sair o sangue através das artérias. Válvulas, de sentido único, controlam essa passagem do sangue através do coração.

O coração é um orgão que está exposto a diversas problemas sendo a doença cardíaca coronária, potencialmente indutora de ataque cardíaco e, em última análise, de insuficiência cardíaca. Esta doença é responsável pela morte de 7,2 milhões de mortos em todo o mundo. Com tão elevado número de mortos seria de esperar uma diminuição da incidência, contudo tem-se verificado o contrário, com o aumento do número de casos de ano para ano, muito por culpa da expansão planetária do tipo de vida ocidental, que inclui uma alimentação desequilibrada e ausência de exercício físico.

Para tentar minimizar o número de mortes, os cardiologistas receitam fármacos redutores do colesterol, com as estatinas, que contribuem para manter as artérias desobstruídas. Muitas vezes, os corações estão tão lesionados que a solução é promover a realização de transplantes do coração lesionado por outro, outras vezes o coração é substituído por um coração artificial enquanto se aguarda por um coração de um dador.

Este coração artificial é feito de um plástico especial – o poliuretano. As paredes deste coração são revestidas de colagénio para evitar que o sangue coagule devido ao poliuretano.

Depois de cirurgicamente implantados, os tubos de plástico ligados ao dispositivo percorrem a pele do doente até uma bomba pneumática alimentada a pilhas. Esta nova tecnologia tem sido alvo da bioengenharia que continua a desenvolver um coração mecânico que não necessite de tubagens externas, bombas ou pilhas e que nunca tenha que ser removido.

Resta saber se quando este tipo de tecnologia estiver desenvolvida poderemos continuar a dizer que é no coração que residem os sentimentos.

Por: António Costa

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