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Contribuir para o bem comum*

Atualmente, todos os dias assistimos a variadíssimas opiniões, estudos e propostas para solucionar (…) a crise, resultante de 30 anos de abusos e más opções, como foi o abandono do sector primário onde destacamos a floresta.

Todos estamos cientes que a floresta é uma das principais riquezas do país, motor de desenvolvimento e geradora de emprego, podendo ajudar a sair deste ciclo de recessão, de empobrecimento e de desemprego. No entanto, é fundamental, e de forma persistente, valorizar, apostar e investir de forma organizada na gestão ativa dos recursos florestais.

Um dos exemplos desta situação é o caso de Cortes do Meio, onde há mais de dez anos a população espera pela reflorestação de áreas ardidas superiores a 800 hectares para as quais foram realizadas candidaturas, várias diligências e reivindicações junto das entidades oficiais co-gestoras destes núcleos. Mas até há data nada foi feito.

Essa situação agrava-se ano após ano pelos incêndios fora de época que destruíram grande parte da regeneração natural, ficando a Comunidade de Compartes Local confrontada com a responsabilidade de gerir e administrar estas áreas baldias (comunitárias) e não, como erradamente conectadas, como espaços de ninguém. A Comunidade de Cortes do Meio tem investindo os seus fracos e débeis recursos na valorização, preservação, beneficiação e no combate a incêndio florestais (…).

Saliente-se que os espaços baldios das serranias do nosso país representam cerca de 14 por cento do território nacional. (…) O que seria destas áreas se existisse mais ordenamento, mais política florestal e o Estado cumprisse o papel de co-gestor dos núcleos florestais, envolvendo as Comunidades Locais, para o mais intenso aproveitamento dos baldios em todas as suas valências? Existem vários espaços baldios na Serra da Estrela e na Serra da Gardunha (…), pelo que é importante e urgente promover um encontro de sinergias, de cooperação e de planeamento entre os co-gestores para os espaços dos Baldios Serranos, pois certamente resultará em desenvolvimento local, na criação de riqueza para o meio e sobretudo na fixação de pessoas.

* Título da responsabilidade da redação

David Bizarro, carta recebida por email

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