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ContraDança não há argumentos

Terceira edição do Festival de Dança e Movimento decorre até dia 15, na Covilhã

O Contradança – Festival de Dança e Movimento, promovido pela Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA) da Covilhã, está de regresso. A terceira edição arranca amanhã à noite, no Teatro-Cine, com o documentário “Viagem entre a lã e a neve”, uma co-produção da ASTA e do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa (STTBB), baseada no livro “A lã e a neve”, de Ferreira de Castro.

Pouco depois é apresentado, em estreia, o vídeo-dança “Onze da manhã”, produzido pela ASTA, e sobe ao palco a co-produção da associação anfitriã e do TeatrUBI “Posso avançar? Pergunta o cavalo”. No sábado, a partir das 21h30, o programa inclui o espectáculo “Love me”, do grupo de teatro Corvo Manso, de Lisboa. “Cama Caliente” é a proposta para as 22 horas. O espectáculo da Sinele Danza, de Sevilha, estreia na Covilhã. Uma hora depois acontece outra estreia, “Onde fores eu irei”, momento novamente protagonizado pelo Corvo Manso. No domingo é a vez do grupo La Quadra Magica (Barcelona) apresentar “Pau?”, um trabalho de dança e teatro com música ao vivo, vídeo e… paella. Já na segunda-feira, o palco continua a pertencer a “nuestros hermanos”, com “El corazon de antigona”, da companhia Ábrego (Santander), e na terça o festival continua com o Colectivo Simulacro (Madrid) e o espectáculo de dança “Desvertidas”, a que se segue “Mi clonazepam”.

A noite de 12 de Novembro é do Ballet Contemporâneo do Norte (Santa Maria da Feira), que traz à Covilhã o espectáculo “Nocturno”. No dia seguinte, o grupo apresenta um trabalho para o público escolar com duas sessões de “Dança arroba ponto come”. À noite, o Teatro Por Las Nubles (Granada) encena “Me dicen magdalena”. O ContraDança termina dia 15 com o colectivo La Tristura (Madrid) e “Años 90 – nacimos para ser estrellas”. O festival prossegue depois em Santa Maria da Feira, entre os dias 26 e 29. Na Covilhã, todos os espectáculos acontecem no Teatro-Cine.

Apoio do Ministério da Cultura termina no fim do ano

A extensão a Santa Maria da Feira é a grande novidade deste ano. Rui Pires encara esta parceria – que surgiu através de contactos estabelecidos com o Ballet Contemporâneo do Norte e a Câmara local – como «uma porta aberta para próximos festivais». Mas, para já, as atenções estão concentradas nesta edição. A quase totalidade dos espectáculos é da responsabilidade de companhias espanholas. «É o resultado dos contactos que a ASTA tem vindo a levar a cabo no país vizinho», justifica o responsável pela organização do festival. «São profissionais que vêm à Covilhã sem qualquer “cachet”» e com os quais há «laços» resultantes de outros intercâmbios. «Só assim é possível realizar este festival», garante. O orçamento para este ContraDança é de 20 mil euros, investimento que surge num momento de particular apreensão. O apoio quadrianual atribuído pelo Ministério da Cultura à ASTA vai terminar no fim do ano (o mesmo acontecendo ao Teatro das Beiras e à Quarta Parede). «As candidaturas acabam a 18 de Dezembro, mas só em Maio é que teremos uma resposta», adianta Rui Pires. Nos últimos dois anos, a ASTA recebeu 30 mil euros anuais. Antes, foram 25 mil. «Já ponderámos recusar o subsídio por não corresponder minimamente ao trabalho que desenvolvemos e às nossas despesas», revela o actor e encenador.

Rosa Ramos

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