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Continuidade dos “Lobos da Neve” em risco

Presidente do Moto Clube da Covilhã lamenta falta de apoio «logístico e financeiro» do município. Recusa da Câmara estará relacionada com alegada participação dos motociclistas na campanha de Pedro Farromba nas últimas autárquicas.

O Moto Clube da Covilhã deixou de ter sede e a sua continuidade está em causa. No passado 23 de julho, o presidente dos “Lobos da Neve” entregou ao município as chaves da antiga escola primária, situada na zona da Quinta Branca, que tinha sido cedida pela Câmara em 2008. Ao contrário do que sucedia com os executivos anteriores, a autarquia deixou de apoiar logística e financeiramente as atividades dos “motards”. Em causa estará o alegado apoio do Moto Clube à lista do MAC – Movimento Acreditar Covilhã, liderada por Pedro Farromba nas últimas autárquicas.

O presidente dos “Lobos da Neve” não nega que apoiou o antigo vice-presidente de Carlos Pinto, mas realça que o fez «a título individual». António Reis explicou a O INTERIOR que «tudo começou a seguir às eleições», quando o dirigente reuniu com Jorge Torrão, então assessor do presidente Vítor Pereira, para solicitar «apoio logístico e financeiro» para a tradicional concentração invernal agendada para março. Depois do pedido por email não obtido qualquer resposta, o dirigente revela que, a 20 de janeiro, insistiu junto de Jorge Torrão, que já era vereador, «que me disse que não havia apoio nenhum e eu respondi que o melhor então era fechar as portas, ao que ele me respondeu que, se calhar, seria mesmo». Entretanto, «há cerca de três semanas ligaram-me da Câmara a perguntar quando podiam vir buscar as chaves e combinámos o dia», recorda António Reis, revelando que a coletividade está «suspensa de atividades», não tem qualquer alternativa de sede e a sua continuidade «está mesmo em risco por falta de apoios».

O MAC emitiu um comunicado, divulgado na sua página do facebook, onde revela «surpresa» e «uma enorme revolta» por o Moto Clube da Covilhã ter sido «expulso das suas instalações». Na nota assinada por Pedro Farromba é dito que «a expulsão, a cargo da Câmara da Covilhã, teve como protagonista o vereador Jorge Torrão que, num ato lamentável, deu a machadada final nesta coletividade» com a justificação de que o clube «teria apoiado, nas últimas autárquicas, as listas do MAC». O Movimento considera que «este tratamento seletivo e arbitrário, dado a muitas coletividades do concelho, vai, provavelmente, fazer com que muitas fechem portas». A O INTERIOR, o vereador da oposição acrescentou que esta é «uma atitude que não dignifica a Câmara, nem a cidade, nem o movimento associativo» e que «esta forma de gerir condiciona muito a liberdade», avisando que «o medo está a instalar-se nas associações da Covilhã». Contactado por O INTERIOR, Jorge Torrão respondeu que não responde «a facebooks» e que o MAC «pode fazer as acusações que quiser». O vereador sublinhou ainda que está disponível para responder «nos canais normais, na Câmara», tendo acrescentado que «não tem carreira política» e que trabalha «todos os dias com dignidade».

Ricardo Cordeiro No passado 23 de julho a coletividade entregou as chaves da sede cedida pela autarquia em 2008

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