Arquivo

Consumo de drogas e álcool preocupa Afonso de Albuquerque

Bar do parque municipal é considerado o principal foco de preocupação, tendo a autarquia instalado câmaras de videovigilância no exterior para dissuadir movimentações

O consumo de drogas e de álcool nas imediações da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, na Guarda, volta a estar na ordem do dia. A situação não é nova, mas está a preocupar os pais e a direção do estabelecimento de ensino por «o descaramento dessas personagens ser agora intolerável», considera António Soares, o diretor. O assunto vai ser abordado amanhã à tarde numa reunião que vai juntar PSP, autarquia, associação de pais e direção da escola.

Nos últimos meses, professores, pais e alguns alunos têm-se queixado do incómodo causado pelo «manifesto consumo de drogas» mesmo em frente à entrada principal do liceu, na Rua Comandante Salvador do Nascimento. Há quem fale mesmo em possíveis situações de tráfico e as movimentações estão a alarmar a comunidade escolar daquela que é a maior secundária do distrito. Aos relatos de presumíveis fornecedores a frequentar o local e de alunos a faltar às aulas juntam-se fotos nas rede sociais, em perfil aberto, de jovens a fumar charros. Perante este «descaramento», como confidenciou a O INTERIOR um pai, a PSP foi alertada e tem-se feito notar mais na zona. Outro foco de preocupação está no bar do parque municipal, propriedade da Câmara e concessionado a um privado. Aqui, além do consumo de álcool, inclusive por parte de menores, segundo relatos de alunos na escola, há testemunhos de droga fumada «à descarada» à porta do estabelecimento por jovens que «estão referenciados, faltam sistematicamente às aulas e chumbam por faltas».

Qualquer utilizador do parque municipal nas tardes de terças e quartas-feiras – os dias de tardes livres no liceu – corre o risco de se deparar com um quadro similar, isto apesar do espaço ter um guarda de serviço. «Não atua porque se diz ameaçado e prefere chamar a PSP», refere aquele encarregado de educação, que pediu o anonimato. Confrontado com este problema, Vergílio Bento confirma que o problema não é no interior do bar, mas cá fora. «Por isso colocámos câmaras de vigilância no exterior, mas apenas como elemento dissuasor, e o que é certo é que este tipo de movimentações baixou», disse. O vice-presidente do município, responsável pelo pelouro da Educação, adianta que a PSP já foi solicitada a efetuar «uma vigilância mais atenta e atuante» no local, mas considera que o problema terá mais a ver com «a fiscalização dos alunos».

Opinião diferente tem o diretor da Secundária. António Soares considera o café no parque municipal «uma vergonha», pois, pelas suas contas, não cumpre a distância legal que o deveria separar da escola. «A Câmara refere que está dentro da lei, ou seja além dos 70 metros, mas parece-me que as suas medições não são feitas em linha reta», ironiza. O responsável sublinha que a autarquia deveria ter «a atitude decente» de encerrar o bar, pois «está a menos de 70 metros da entrada principal da escola, mas se calhar faz-lhe falta o dinheiro das rendas». Quanto ao resto, admite que há situações suspeitas que não lhe parecem preocupantes por enquanto. «As autoridades é que devem atuar em conformidade. De resto, pedi à PSP que viesse para cá à paisana, mas os sujeitos já os conhecem. É o jogo do gato e do rato. No entanto, o descaramento é agora intolerável», denuncia.

Luis Martins Direção, pais e autarquia reúnem amanhã com a PSP para abordarem o problema

Consumo de drogas e álcool preocupa Afonso de Albuquerque

Sobre o autor

Leave a Reply