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Consultas externas estreiam novo bloco do Hospital da Guarda

Serviços começam a funcionar segunda-feira no rés-de-chão de um edifício que está pronto a funcionar desde o Verão. A inauguração oficial do pavilhão deverá ocorrer até ao final de janeiro.

Depois dos atrasos e da polémica, o novo pavilhão do Hospital Sousa Martins vai ter uma inauguração a dois tempos. Na segunda-feira, as consultas externas começam a funcionar no piso térreo do bloco construído no âmbito da empreitada de requalificação e ampliação da unidade hospitalar da Guarda. Já a abertura oficial do edifício deverá ocorrer até ao final deste mês, apurou O INTERIOR.

O serviço de Farmácia é o único transferido até ao momento, sendo que o edifício alberga ainda o data center da ULS. As mudanças de material e equipamentos necessários ao funcionamento das consultas externas prosseguiu esta semana e tudo terá que estar a postos na manhã de segunda-feira para receber os utentes – que nos últimos dias têm sido informados do novo local para onde terão de se dirigir a partir de dia 20. A data ficou acordada na reunião da semana passada entre o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, o autor do projeto, representantes da da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e elementos do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda. As partes chegaram a acordo quanto às alterações necessárias para a ANPC atribuir o certificado de segurança e de sistemas anti-fogo, conforme noticiou O INTERIOR na última edição. Já a instalação das consultas externas no novo edifício foi viabilizada por aquele serviço só ocupar o rés-de-chão, que está pronto.

De resto, grande parte do mobiliário e novos computadores já estão instalados desde o final de agosto e à espera de quem os use. Também o aparelho de raio X em falta já foi instalado após obras de adaptação na sala prevista para o efeito naquela área. O mesmo acontecendo com o equipamento médico necessário ao funcionamento das diferentes valências que está pronto a ser usado, embora tenha custado menos 9,8 milhões em relação ao inicialmente projetado (15,6 milhões) como noticiou O INTERIOR em maio passado (ver edição de 23/05/2013). Ao que tudo indica, a única coisa que poderá falhar esta abertura antecipada será o sistema de senhas, que no início desta semana ainda não estava operacional. Ao que tudo indica, a empresa ter-se-á recusado a ligar o equipamento invocando pagamentos em atraso. Por isso, nos primeiros dias a receção dos utentes ao balcão vai ter que ser feita por ordem de chegada e por filas.

Mas este será um pormenor de somenos num dia que promete ficar para a história desta empreitada. É que, depois da consulta externa estar a funcionar, será a vez de transferir o internamento e posteriormente os restantes serviços. Na última reunião de Câmara, realizada na segunda-feira, Álvaro Amaro congratulou-se com o acordo alcançado pela ARS, o arquiteto e a ANPC. «Não consigo compreender como estas entidades andaram afastadas tanto tempo, com tanto prejuízo para a Guarda e para o próprio hospital», declarou aos jornalistas no “briefing” final. O autarca disse ainda ter a «forte esperança de que, dentro em breve, haverá condições melhores para os profissionais e para os utentes», mas escusou-se a apontar datas. «Tudo tem estado a ser feito de acordo com a preocupação que manifestei recentemente ao ministro da Saúde», acrescentou, sublinhando que a Câmara da Guarda foi um «elemento ativo» neste processo. Também o presidente da Distrital do PSD disse estar confiante numa «solução rápida e próxima» para a abertura do novo pavilhão. «O manutenção do edifício fechado já não tem justificação», afirma Júlio Sarmento, para quem «a carga burocrática que tem bloqueado a abertura – e que se compreende – foi ultrapassada na semana passada».

A parte mais visível da primeira fase de remodelação do hospital

O novo bloco é a parte mais visível da primeira fase de remodelação e ampliação do Hospital Sousa Martins, orçada em mais de 55 milhões de euros. Tem quatro pisos e está interligado ao edifício construído na década de 90 do século passado e onde funcionam atualmente as Urgências. O pavilhão vai acolher serviços que estão dispersos pelo Hospital Sousa Martins. No piso térreo vão funcionar consultas externas, serviços de imagiologia, urgência, setor de exames especiais e esterilização, entre outros. O bloco operatório, o internamento, as unidades de cuidados intensivos e intermédios e o laboratório ocuparão o piso 1. No piso -1 ficam áreas técnicas, farmácia, medicina legal e armazém, enquanto o -2 fica reservado a estacionamento.

Luis Martins As mudanças do material das consultas externas prosseguiu esta semana

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