O presidente do Instituto Politécnico da Guarda não quer voltar a ouvir falar da possibilidade de fusão ou de integração na Universidade da Beira Interior. Constantino Rei deixou essa garantia a semana passada na audição pública onde apresentou à comunidade académica o seu programa de ação para mais quatro anos. Eleito pela primeira vez em 2010, o atual líder é candidato único às eleições que estão agendadas para amanhã.
Foi em resposta a uma questão colocada por Marco Loureiro, membro do Conselho Geral e antigo presidente da Associação Académica, que Constantino Rei esclareceu que «não podemos dizer nunca a nada mas por minha iniciativa eu não tocarei no assunto de fusão, integração, seja aquilo que for, porque entendo que perante os avanços e recuos do poder político compete em primeiro lugar ao poder político saber o que quer para as instituições e para o país». Deste modo, o professor assegurou que não tem «nenhuma intenção de voltar a tocar neste assunto e só o voltarei a fazer se a isso for obrigado pelo poder político ou se legitimamente o Conselho Geral assim o entender». Neste sentido, o presidente do IPG salientou que «trabalharemos com as forças e as limitações que temos», alertando que «todos temos que ter consciência» que «o que nos espera nos próximos anos não vai ser fácil» por ter «muita dificuldade em acreditar», embora espere estar «muito enganado», que «possamos inverter a trajetória descendente que estamos a viver há mais de 10 anos». Constantino Rei avisou a comunidade académica que o ouvia de que «temos que estar preparados para o futuro» que «não vai ser fácil», até porque «cada aluno, funcionário e professor a menos representa menos riqueza e menos capacidade». O responsável reforçou que vai «trabalhar obviamente num projeto do Instituto independente, sabendo que vai ser muito difícil reverter a tendência dos últimos anos», que «nos obriga a apertar cada vez mais o cinto e a estar cada vez mais magros e com menos capacidade». Salientou que, «apesar de tudo» espera fazer «um balanço positivo» e cumprir o seu mandato até ao final.
Questionado também sobre os nomes que o acompanharão na vice-presidência e direção das diferentes escolas, o candidato de 52 anos, natural de Prados (Celorico da Beira), assegurou que «as eventuais mudanças serão muito reduzidas», frisando que «é improvável mas não é impossível» que não seja reeleito, pelo que «enquanto não o for não comunicarei nada ao CG e só depois darei conhecimento dessa informação a toda a comunidade». Na sua apresentação, Constantino Rei sublinhou que quer um IPG «mais dinâmico, qualificado e flexível» e que a «estratégia» da instituição «deve estar alinhada» com aquela que for delineada para a região Centro e a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela. O docente criticou a «ausência de políticas educativas governamentais» e que «andamos a fazer uma gestão do dia a dia», por «não sabermos com o que vamos contar em termos de orçamento por parte do Governo». As bases programáticas para o quadriénio 2014-2018 assentam em quatro eixos estratégicos: Educação e Formação; Empreendedorismo, Criatividade, Investigação e Valorização do Conhecimento; Internacionalização e Mobilidade e, por último, Organização e Desenvolvimento Interno. O presidente sustenta que o IPG «deve assumir o seu papel na estratégia de crescimento inteligente da região Centro e reforçar a sua atuação em articulação conjunta e coordenada com os seus parceiros estratégicos como a CIM das Beiras e Serra da Estrela, as Agências de Desenvolvimento Regional e as associações empresariais e comerciais e as outras instituições de ensino superior da região». O professor ambiciona também «ampliar, a partir das parcerias já estabelecidas, a rede internacional de intercâmbios, potenciando o afluxo de estudantes estrangeiros».
Ricardo Cordeiro 
