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Conspirações ou Teorias da Conspiração?

“Terror na Rússia – revelações de um ex-espião do KGB”, no titulo original, “Blowing up Rússia – The secret plot to bring back KGB terror”, do malogrado Alexander Litvinenko e Yuri Felshtinski é um relato que pode ser resumido em três adjectivos: Perturbador, Assustador, Revoltante. Em capítulos intitulados “FSB promove guerra na Chechénia”, “FSB recorre ao terror de massas”, “Os serviços secretos fora de controlo” ou “FSB no poder”, entre outros, ficamos a saber das perigosas relações entre o FSB (ex-KGB) e o crime organizado, como se “fabricaram” terroristas, como se virou o povo russo contra a minoria chechena, como se promoveram atentados que conduziram à guerra na Chechénia e, finalmente, como os Serviços Federais de Segurança da Rússia conseguiram que o seu próprio candidato fosse eleito – Vladimir Putin. Quando Putin, em Dezembro de 2000, já presidente da Federação Russa, se pronunciou perante os seus ex-colegas do FSB, começou por dizer que “a missão do FSB fora concluída”.

Enquanto lia, apreensivo, cada página deste livro, fui transportado, a dada altura, para o dia 11 de Setembro de 2001, dia do atentado às torres gémeas, em que alguém me disse, perante as imagens das torres em chamas que tinham sido os americanos, que os serviços secretos americanos estariam por trás daquilo tudo. Na altura custou-me a acreditar mas, passados quase seis anos, depois de ter visto documentários banidos dos main stream media dos EUA com títulos como: “9/11 – O colapso improvável”, “9/11 – Loose change”, “9/11 – In plane site”, “9/11 –The press for truth”, entre outros, e depois deste livro, muita coisa se tornou clara.

Aparentemente existe um modus operandi quando alguém, com ou sem conhecimento dos líderes de um país, persegue um objectivo muito importante. O expediente passa sempre pelos homens do fato preto, sejam eles do FBI, CIA, FSB ou outros. Levar alguém ao poder ou destitui-lo, invadir um país para controlar a maior reserva petrolífera do planeta ou “acabar” com o tráfico de droga, reactivar a indústria do armamento, da construção civil (destruir para reconstruir) e dos serviços ou criar a pan-paranóia terrorista, são missões mediadas pelos serviços secretos e por alguns media, pois, deve-se aos segundos a formatação da opinião pública.

Há uma expressão, ultimamente muito utilizada, que é a da teoria da conspiração, associada aos acontecimentos do 11 de Setembro 2001, aos relatos de Litvinenko ou, no passado, à morte de JFK (no youtube, escreva – Zapruder e seleccione: The Zapruder film, truth or deception? E recorde-se porque é que o governo dos USA terá dado milhões de dólares pelo 8mm original à família).

A teoria da conspiração só existe enquanto não houver provas ou evidências. Mas a partir do momento em que estas apareçam, por mais circunstanciais ou ténues que sejam, passam a ser uma possibilidade e quanto mais provas forem recolhidas, mais possível e, eventualmente, provável será a conspiração. Há três possíveis atitudes a ter perante uma série de evidências como as que conduzem a uma conspiração. Uns negarão veementemente o óbvio, outros farão os possíveis e impossíveis para impedir a divulgação das evidências e desacreditar quem as trouxe à opinião pública e os terceiros, sentados no seu sofá, calmamente dirão que não estão surpreendidos. Em qual dos grupos o leitor se revê?

Criar num povo-rebanho a paranóia terrorista, contando-lhes estórias do lobo mau muçulmano, é a melhor forma de torná-lo obediente e crente no seu estado protector e salvador, nem que para isso se tenha que acabar com a privacidade do indivíduo em prol de um “mundo melhor”, que passará, sempre, por uma americanização da sociedade, no pior sentido do termo, o que, não augura nada de bom.

Por: José Carlos Lopes

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