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Conservatório contesta medidas do ministério

Conselho Pedagógico da escola de música guardense está muito preocupado com as conclusões do “Estudo do Ensino Artístico”

A direcção do Conservatório de Música de São José da Guarda está apreensiva com as conclusões e recomendações do “Estudo de Avaliação do Ensino Artístico”, encomendado pelo Ministério da Educação, que propõe a aplicação de medidas mais eficientes neste tipo de ensino.

Os autores do documento aconselham a extinção das aulas individuais e do regime supletivo(frequência de Conservatórios como complemento do ensino genérico), bem como a não opção pelo ensino precoce, ou seja, desistindo do incentivo às aulas de iniciação no 1º ciclo especializado. A serem implementadas, estas normas entrarão em vigor no próximo ano lectivo. Em comunicado, o Conselho Pedagógico do Conservatório guardense, ligado à Misericórdia, refere que o fim das aulas individuais representa «um retrocesso civilizacional sem precedentes», uma vez que «é inconcebível, científica e pedagogicamente, aplicar critérios de “ratio” professor/aluno a esta área», garante. Já em relação ao fim do regime supletivo de frequência, e respectivo financiamento, aquele órgão esclarece que essa medida implicará a «exclusão da esmagadora maioria dos alunos que o frequentam actualmente». E as alternativas não são muito apelativas, pois o Conselho Pedagógico sublinha que os jovens músicos poderão ter que pagar «propinas exorbitantes para estudar música a um nível especializado».

Nesse sentido, Carlos Canhoto, membro directivo do Conservatório, estima que a actual propina, de 100 euros, «poderá passar para o dobro», o que, a seu ver, é «injusto», dado que os jovens «já são descriminados pela inexistência de um Conservatório público na região». Sobre a desistência do incentivo às aulas de iniciação, o comunicado indica trata-se de uma proposta que vai «no sentido inverso do que tem vindo a ser posto em prática na generalidade das escolas». O estudo em causa foi desenvolvido ao longo de cerca de 10 meses por uma equipa de docentes e investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, da Universidade de Lisboa.

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