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Conselho Empresarial do Centro quer presença mais activa da API

Almeida Henriques recandidata-se a novo mandato e avisa que CEC pode criar agência de investimento

O presidente do Conselho Empresarial do Centro (CEC), Almeida Henriques, exigiu segunda-feira uma maior atenção da Associação Portuguesa para o Investimento (API) na região, sob pena desta criar a sua própria estrutura. «A API não pode ser apenas para o Norte, tem de ser para todo o país. Gostaríamos de a ver com uma presença mais activa no Centro», disse em Viseu, durante a apresentação da sua recandidatura à presidência do CEC. João Teixeira Diniz (Nerga) e Luís Veiga (Nercab) integram a sua lista de vice-presidentes.

Segundo o também deputado social-democrata, se essa presença não acontecer de futuro, a Região Centro pode equacionar criar a sua própria agência de investimento. «Se houver necessidade de criar mecanismos alternativos, criaremos. Mas não é esse o nosso desejo. Nunca iremos para uma situação extrema sem esgotarmos todos os esforços», frisou, lembrando que a API, apesar de estar sediada no Porto, é de âmbito nacional e não regional. Almeida Henriques sublinhou o importante papel da API, mas diz não ter «sentido a sua presença no território da Região Centro», fazendo votos para que a associação se empenhe em conhecer as suas potencialidades e entre «numa parceria mais directa com o CEC» e as suas 38 associadas. Durante os próximos três anos à frente do CEC, o empresário pretende que a região mostre o seu dinamismo e se afirme cada vez mais no contexto nacional e internacional. Rejeitando o «risco ao meio» no país feito pelo rio Mondego, com a bipolarização Lisboa/Porto, o empresário considera que o Centro tem de se afirmar cada vez mais no todo nacional através de uma dinâmica empresarial feita do trabalho conjunto dos seis distritos da região. A nível internacional, defende que a Região Centro deve estar para a região de Castilla y León como o Norte de Portugal está para a Galiza e que deve ser aproveitado o facto de o CEC ser já o Eurogabinete para a Região Centro para potenciar contactos com os países de alargamento. Sob o lema “Afirmar o novo centro”, Almeida Henriques é o único candidato às eleições do CEC, a realizar no próximo dia 24. A estrutura tem 38 associadas dos distritos de Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Guarda, Leiria e Viseu, onde estão instaladas 40 mil empresas. O empresário considera que o Centro é, «neste momento, a zona do país com maior potencial de crescimento», contando que o presidente da CIP já afirmou que, «se todo o país se estivesse a desenvolver ao ritmo da Região Centro, Portugal seria hoje uma nova Irlanda dentro da União Europeia». «Somos a região do país que exporta mais do que importa, que mais cresceu nos últimos anos e que tem um tecido empresarial jovem. Mas isto não é o “el dorado”. Por um lado temos o muito bom e por outro o muito mau», realçou, defendendo que é preciso combater estas assimetrias, encontrando as «âncoras de desenvolvimento» das regiões do interior. O parlamentar concorre à presidência do CEC em representação da AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu. A sua lista tem como vice-presidentes Valdemar Coutinho (Associação Industrial do Distrito de Aveiro), Luís Vaz Veiga (Associação Empresarial da Região de Castelo Branco), Horácio Pina Prata (Associação Comercial e Industrial de Coimbra), João Teixeira Diniz (Associação Empresarial da Região da Guarda), Rodrigues Marques (Associação dos Industriais do Concelho de Pombal) e Jorge Santos (Associação dos Jovens Agricultores do Distrito de Leiria).

Presidente do CEC quer transporte de mercadorias antes de 2015

O presidente do Conselho Empresarial do Centro (CEC) defendeu segunda-feira a antecipação do transporte ferroviário de mercadorias para Espanha antes de 2015, data em que está prevista a conclusão da ligação Aveiro-Salamanca do TGV. Segundo Almeida Henriques, poderá ser encontrada uma solução provisória, «potenciando a ligação Aveiro-Viseu com ligação à Linha da Beira Alta», para que o transporte de mercadorias de comboio não tenha de esperar por 2015. Em declarações aos jornalistas em Viseu, o empresário frisou que «a ferrovia é o transporte do futuro», até porque a própria União Europeia «vai cada vez mais pôr limitações ao transporte de mercadorias». E recordou, por outro lado, que o transporte rodoviário de mercadorias será «cada vez mais caro e não serve para o escoamento de grandes quantidades. Basta olhar para a fronteira de Vilar Formoso e ver a quantidade de camiões que aí passam», disse. «Existe algum equilíbrio ao contemplar-se a ligação Aveiro-Viseu-Vilar Formoso-Salamanca e quando na própria linha Norte-Sul se prevê o eixo Leiria-Fátima, o eixo de Coimbra e o eixo de Aveiro. Do ponto de vista de cobertura é uniforme», afirmou, embora considere «mais importante» o transporte de mercadorias que o de passageiros. «Esta linha deverá potenciar a exportação e os portos de Aveiro e da Figueira da Foz e a Plataforma Logística da Guarda», realçou, acrescentando que «é importante que haja uma perspectiva de ligação da coluna vertebral a toda a rede».

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