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Conhecer melhor a raia com “100 Muralhas”

Alunos de escolas raianas desenvolveram trabalhos sobre a região na disciplina de Área Projeto a “convite” da Caritas

A Caritas Diocesana da Guarda propôs e os alunos aceitaram. Ao longo deste ano letivo, as turmas de 12º ano das escolas secundárias dos concelhos de Almeida, Penamacor, Sabugal e Figueira de Castelo Rodrigo estreitaram os laços com a região raiana e desenvolveram trabalhos, na disciplina de Área Projeto, sobre as suas localidades. «Só conhecendo bem o território é que o podemos melhorar», frisou o presidente da autarquia de Almeida, António Ribeiro, durante o Encontro Geral, que decorreu no último sábado.

No auditório do Pavilhão Multiusos de Vilar Formoso, pais, alunos, professores e entidades da região assistiram à apresentação de “pequenas amostras” dos projetos desenvolvidos ao longo do ano. Para Élia Simões, aluna da Secundária do Sabugal, «valeu a pena participar» porque foi possível «ter uma ideia diferente sobre a nossa terra». «No início pensámos que o “100 Muralhas” não iria ter tanta importância, mas depois com o desenvolvimento das atividades, fomos ficando com uma imagem completamente diferente da região», confessa a estudante. O turismo foi o tema que o seu grupo escolheu e Élia ficou surpreendida com as possibilidades que a zona raiana oferece: «antes pensava que não havia nada que pudesse trazer as pessoas para o nosso concelho e hoje percebo que existem muitas potencialidades», reconhece.

No futuro, a jovem será uma das “embaixadoras da Raia”, outra das vertentes do projeto desenhado pela Caritas. A caminho da universidade, estes estudantes têm agora a missão de divulgar a sua terra nas cidades onde irão estudar nos próximos anos. «Esta cerimónia de investidura dos embaixadores é simbólica, mas é já um sinal efetivo da ligação ao território porque se comprometem a participar em atividades associativas, promover encontros nesta zona e dar a conhecer as características da região noutros pontos do país», explica o coordenador do “100 Muralhas”, Paulo Neves. Na opinião da docente Cláudia Sousa, que acompanhou os estudantes da Escola Secundária de Vilar Formoso, o título de embaixadores é «uma mais valia» até porque «a identidade que eles têm nunca a irão perder mesmo que fiquem a trabalhar noutros sítios». A este respeito, a vice-presidente da Câmara do Sabugal, Delfina Leal, deixou um apelo: «continuamos hoje a ter necessidade de divulgar este território e espero que sejam eles a trazerem aquilo que nos faz falta: mais gente».

Depois de um estudo científico (levado a cabo pelas Caritas da Guarda, Cidade de Rodrigo e Salamanca) ter revelado que a Raia era uma das zonas «mais desertificadas, envelhecidas e pobres do país», os responsáveis da associação entenderam que era premente uma “missão” para alterar o cenário. Com o projeto “Cem Muralhas” (que contou com a participação de 100 pessoas e se instituiu “sem barreiras”) pretende-se combater a desertificação. Para o coordenador, Paulo Neves, o dia de sábado foi «o culminar de uma caminhada», onde se «cultivou o gosto por este território».

Catarina Pinto Alunos da Escola Secundária de Vilar Formoso apresentaram os seus projetos

Conhecer melhor a raia com “100 Muralhas”

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