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Congresso, enchidos e folias

O congresso do PSD abriu, oficialmente, às 21h30 horas de sexta-feira com mais de 950 delegados oriundos de Portugal inteiro, ilhas e comunidades portuguesas a acorrerem à capital para o grande momento político. Houve mesmo um que voou 11 mil e tal quilómetros desde Macau. Durante três dias as diversas esferas políticas do país concentraram todas as atenções no Congresso. Este surpreendeu todas as expectativas de políticos e comentadores, porém, assuntos como crescimento económico do país, diminuição do desemprego, estabilidade social, não foram sequer abordados. Foi um Congresso de políticos para políticos que marcaram apenas cenários políticos.

Bons discursos, Pedro Santana Lopes apresentou-se como um político em transformação cujo contacto real com o trabalho tem modificado bastante, teve um discurso muito bom, enquadrado no país real. Os discursos marcaram também a agenda das próximas eleições europeias e há o antes do Congresso e o depois, pois ficaram conhecidos e apresentados os candidatos dos principais partidos políticos, Paulo Rangel teve um discurso tão eficaz que António José Seguro anunciou de imediato o seu cabeça de lista às europeias.

Porém, sem dúvida a melhor intervenção foi a de Álvaro Amaro, que, na qualidade de presidente dos Autarcas Social-Democratas, teve um discurso muito interessante e apelativo para com a necessária proximidade ao poder local, chegando mesmo a invocar que a necessária reforma do Estado não pode passar pelo encerramento de serviços, pois estes estão relacionados com o respetivo encerramento dos territórios e o nosso Distrito e Concelho já estão suficientemente fustigados pelas assimetrias da interioridade. Álvaro Amaro foi também o primeiro subscritor de uma moção intitulada “Confiança no Poder Local + Portugal”, onde se exige que o PSD estabeleça um contrato de confiança com o poder local.

A Guarda fez-se assim ouvir e muito bem, mas senhor Presidente não perca o fôlego, grite exija e continue a ser criativo e empreendedor, pois precisamos de tanto por cá… É interessante como a mudança nos cenários do poder político fazem bem, pois quem vem, vem com coisas novas e estes últimos dias, que correspondem aos primeiros de 2014, têm sido surpreendentes com iniciativas que a todos têm agradado, reuniões com empresários, alavancagem da PLIE que persistia na escuridão, proximidade com as freguesias, muito bom mesmo… A Guarda está a tornar-se rapidamente noutra cidade, noutro centro até de decisões. Em poucos dias a sua ação fez abrir as novas instalações do Hospital Sousa Martins (prefiro continuar a chamar-lhe assim), agora senhor Presidente veja se esta louvável visita do embaixador da China em Portugal à Guarda ajuda também a abrir o Hotel de Turismo, a dinamizar as abandonadas instalações da antiga Delphi ou mesmo os terrenos da PLIE. É isso mesmo, senhor Presidente, foi excelente essa iniciativa e a todos os guardenses que tenham contactos privilegiados com grupos angolanos, árabes ou indianos, que os coloquem ao serviço da autarquia. A Guarda precisa em todos os sectores, pois quem quer investir vem sempre por bem.

A Guarda está mesmo a mudar, mas ainda não conseguiu congregar, como capital de Distrito, os certames dos tradicionais produtos, enchidos, queijo, azeite. Vamos lá a isso, sem minorar nenhuma das outras cidades que têm já esta tradição, é necessário que a Guarda não se torne uma concorrente mas sim uma Cidade parceira… Criatividade, pois estes dias de folia estão marcados noutros locais do distrito com morcelas, chouriças, farinheiras, presuntos, buchos, bom pão e outras iguarias e doçarias. Então vejamos!!!. Existirá uma forte tendência dos guardenses que têm raízes rurais visitarem estes certames nos dias da Folia do Carnaval, é verdade que a programação cultural da região está mais abrangente e diversificada, mas continuamos a não ter nenhum produto.

Por: Cláudia Teixeira

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