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Concentração atribulada de ex-trabalhadores da “Nova”

Acção decorreu na Boidobra e os ânimos exaltaram-se com a passagem da administradora

Os ex-trabalhadores da antiga fábrica de lanifícios “Nova Penteação” continuam a reclamar o pagamento dos últimos 25 por cento dos créditos a que têm direito e que perfazem um total de 750 mil euros. Desta vez, o protesto aconteceu, na última quinta-feira, à porta das instalações da firma Paulo de Oliveira, na Boidobra, mas pouco mais de duas dezenas de trabalhadores compareceram à chamada.

O objectivo prendia-se com a sensibilização dos trabalhadores daquela empresa, através da entrega de panfletos explicativos. Luís Garra lembrou a falta de «razão moral» por parte de Paulo de Oliveira em todo o processo. «Passados dois anos sobre a aquisição da “Nova Penteação”, o caso ainda se encontra em tribunal», recordou, acrescentando que este atraso «não é suficiente» para justificar o comportamento do empresário. E lamenta que este «só queira pagar com o trânsito em julgado». Também Rui Cardoso continua na lista de críticas do STBB. «Os trabalhadores condenam a postura e a proposta que apresentou», sustenta Luís Garra, para quem o recurso apresentado pelo dono da Beiralã favorece Paulo de Oliveira ao «adiar o pagamento aos credores e, em particular, aos trabalhadores». De resto, o dirigente garantiu que enquanto Paulo de Oliveira não pagar «não se pode considerar dono da empresa» e, como tal, a Tessimax «também é dos operários», prometendo mais acções de protesto.

Por outro lado, o sindicalista considera que o trânsito em julgado «serve apenas para não pagar aos trabalhadores». Isto, porque a empresa continua a laborar e não tem impedido a celebração de negócios, a utilização de instalações e máquinas e alterações ao património, garantiu. No entanto, no momento em que Luís Garra discursava, a administradora da empresa, e esposa de Paulo de Oliveira, Maria Hermínia Oliveira, entrou nas instalações. A confusão instalou-se de imediato e os ânimos dos presentes exaltaram-se. Mas a administradora não esteve pelos ajustes e argumentou que quem deve ser pressionado são os tribunais, «para que decidam, e Rui Cardoso, quem interpôs o recurso», respondeu, garantindo que Paulo de Oliveira «nunca deixou de cumprir e pagará o que falta quando o caso transitar em julgado». No meio da confusão, Maria Hermínia Oliveira fez ainda uma declaração surpreendente. «Se soubesse o que sei hoje, antes tivéssemos deixado a fábrica ir à falência», disse. Uma nova concetração foi agendada para 11 de Fevereiro, desta vez no Salão da Filarmónica da Vila do Carvalho.

Rosa Ramos

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