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Concelho Capital da Amendoeira em Flor e dos Patrimónios Mundiais

Vila Nova de Foz Côa é, por estes dias, a capital da amendoeira em flor, um mundo de natureza e beleza ímpar que atrai visitantes de todo o país. Há mais de trinta anos que estas festas promovem uma excêntrica romaria à procura da paisagem branca e florida. Mas são muitos mais os anos em que os portugueses se habituaram a subir ao Alto Douro, para vislumbrarem o belo e deslumbrarem-se com a natureza dos campos plantados de amendoeiras.

Hoje, Foz Côa continua a festejar a amendoeira em flor, mas tem muitos outros motivos para comemorar. O Vale do Côa é considerado pelos especialistas e amantes da arqueologia como a mais extraordinária aventura da arqueologia nacional. E o Museu do Côa é muito mais que do que um centro de arte obrigatório, é também um monumento à arquitetura e à capacidade do homem intervir no meio e contribuir para o seu equilíbrio e harmonia. O Museu do Côa é a obra da contemporaneidade que emergiu na colina sobranceira à foz do Côa, onde se respira a arte rupestre do paleolítico, onde se percebe o Côa e onde se enxerga toda a dimensão do Douro. O rio, essa linha divisória que une e abençoa os produtores de vinho, esse deus que atravessa a região dos socalcos cultivados pela perseverança e o suor do homem, esse elemento essencial num território inóspito e árido… o rio une a beleza natural da praia da Estação de Almendra às quintas dos bagos dourados da Leda ao Vale Meão, da Ervamoira ao Vesúvio. O concelho de Foz Côa tem essa riqueza insofismável: o verdadeiro néctar dos deuses nasce aqui, num Douro Superior cada vez mais tratado e apetecido, e onde Baco se instalou para poder degustar os «melhores vinhos do mundo».

A festa do vinho chega em maio, mas até lá, os doces, as amêndoas, o azeite, a visita ao santuário da Arte Rupestre, Património Mundial – na Penascosa (Castelo Melhor), Canada do Inferno (Vila Nova de Foz Côa), Ribeira de Piscos (Muxagata), Fariseu (Muxagata) ou No Rasto dos Caçadores Paleolíticos (Algodres e Almendra) – são motivos de sobra para ver e viver Foz Côa. E se precisarmos de mais argumentos, nada como um passeio a bordo do “Senhora da Veiga” (barco propriedade da Câmara Municipal) para fotografar as escarpas esculpidas por vinhas, oliveiras e amendoeiras, para sentir a agreste paisagem rude do Douro, o Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial.

Luís Baptista Martins

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