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«Concelhia da Guarda do PSD poderia ter originado uma catástrofe no concelho»

Carvalhinho considera que a conferência de imprensa da semana passada «foi de uma irresponsabilidade total»

Esmeraldo Carvalhinho considera um «acto irresponsável» a conferência de imprensa dada pela concelhia da Guarda do PSD na semana passada, durante a qual os social-democratas Rui Quinaz e José Cunha puseram em causa a qualidade da água consumida na Guarda. O vereador com o pelouro do Ambiente na Câmara da Guarda entende que o presidente da concelhia e o director clínico do Hospital Sousa Martins poderiam ter «contribuído para malefícios na saúde pública». É que ao dizer à população que a água da rede estava imprópria para consumo, levaram a que as pessoas recorressem a outras fontes e outros tipos de abastecimento, nomeadamente em chafarizes da beira de estrada que «não são tratados e têm água imprópria», acusa o vereador.

Carvalhinho admite mesmo que se acontecesse algum surto de diarreias e vómitos depois disso, tal «poderia ficar a dever-se a essa conferência de imprensa», pelo que «foi de uma irresponsabilidade total». «Estas coisas não se fazem dessa forma, ainda mais quando está presente o director clínico do hospital», continua o vereador, garantindo que a água é potável e estava «própria para consumo», pese embora os parâmetros organoléticos, como o cheiro, a cor e o sabor, «estivessem adulterados», mas «isso não contribuiu para a degradação dos parâmetros bacteriológicos e microbiológicos da água, que nunca estiveram em causa», afiança. Esmeraldo Carvalhinho realça ainda que «nunca» houve qualquer perigo para a saúde pública e que aquilo que os social-democratas fizeram poderia ter levado a uma «catástrofe no concelho». Ainda assim, a concelhia do PSD voltou a divulgar um comunicado esclarecendo que no passado dia 16 as análises efectuadas pela Sub-região de Saúde da Guarda «revelaram parâmetros acima dos valores legalmente admissíveis», tendo, nesse mesmo dia, o delegado de saúde comunicado à Câmara Municipal o resultado das análises, «declarando a água imprópria para consumo e aconselhando a não ingestão, ainda que não proibindo o consumo». E que foi com base nessa informação oficial da Delegação de Saúde que a Concelhia da Guarda fez a conferência de imprensa, já que os resultados das análises «não invalidam a nossa afirmação de má qualidade da água da rede pública na Guarda, sendo manifestos o mau cheiro e o mau sabor, nos últimos dois meses», referem. O comunicado acrescenta ainda que dessa situação surgiram «inúmeras» queixas e reclamações dos munícipes, «muitos» atribuindo distúrbios gastrointestinais à má qualidade da água consumida. Todavia, os elementos da concelhia do PSD referem ainda que «afirmaram expressamente» que não se podia provar o nexo de causalidade entre a qualidade da água e os casos de distúrbios intestinais de munícipes que entretanto acorreram ao Sousa Martins. Daí que os social-democratas reiterem «todas» as afirmações produzidas na conferência de imprensa, considerando «grave» o problema da qualidade da água consumida na Guarda nos meses de Setembro e Outubro. «Repudiamos todas as declarações que contestaram e procuraram desvalorizar este comissão política e os seus membros», continuam os social-democratas, sublinhando ainda que «leviandade é permitir que água consumida pelos guardenses tivesse a qualidade comprovada por todos».

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