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Comunidade Urbana motiva controvérsia entre PS e PSD da Guarda

Socialistas acusaram social-democratas de serem os «coveiros» do distrito, estes criticaram Maria do Carmo Borges por nada ter feito para congregar municípios

Por último, o PS da Guarda acusou o presidente da Câmara de Aguiar da Beira de ser «o primeiro “desertor”» do distrito” da Guarda, uma vez que vai aderir à Área Metropolitana de Viseu, e considera «caricato» que o autarca seja candidato a «um lugar associativo distrital», numa alusão ao facto Fernando Andrade concorra à presidência da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda, em eleições agendadas para 31 de Janeiro. Situações que levam Fernando Cabral a concluir que o PSD quer, «com a conivência da sua estrutura distrital, enterrar administrativamente o distrito». Mas estas acusações não esperaram pela demora. Fernando Andrade foi veemente: «É lamentável que um deputado da nação tenha produzido tais afirmações. Primeiro, não sou nenhum desertor e quero dizer a Fernando Cabral que tenho sido um lutador incansável por este distrito. Sou tão cidadão do distrito da Guarda como ele», sublinhou o autarca de Aguiar da Beira. E contra-atacou, acusando Fernando Cabral e Maria do Carmo Borges de nada terem feito para liderar o processo, porque era «à presidente da Câmara da Guarda que competia liderar, como fez Fernando Ruas em Viseu. O que houve de facto foi a ausência da sede do distrito neste debate, pois não conseguiu congregar à sua volta todos os autarca», lamenta.

Mais agressiva foi a reacção do Governador Civil. Para Joaquim Lacerda, o presidente da Federação do PS reagiu «tardiamente e sem compreender» o espírito desta reforma «fundamental» de descentralização e de financiamento do poder local. «O distrito da Guarda, como forma administrativa, não se encontra ameaçado. O fim de todos os distritos só poderá acontecer após uma revisão constitucional com a aprovação de dois terços da Assembleia da República», esclarece o representante do Governo do distrito, estranhando o «desconhecimento ou a má-fé» de Fernando Cabral nesta matéria. Só assim entende esta reacção de acusar «tudo e todos tentando, a destempo e com a consciência pesada, reagir a uma reforma que não compreende utilizando uma linguagem arruaceira, que não é própria de políticos responsáveis, para confundir os guardenses», acrescenta. Sem meios termos, Joaquim Lacerda classifica de «mera verborreia e analfabetismo político» a intervenção do dirigente socialista, cujo partido acusa de «ausência de opinião» após ter-se «demitido do seu direito de tomar posição e de trabalhar no sentido de descentralizar».

Luis Martins

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