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Comunidade Urbana das Beiras elege órgãos em Janeiro

Regulamento eleitoral vai ser aprovado na primeira quinzena do próximo mês

Ainda não foi desta que a comissão instaladora da Comurbeiras – Comunidade Urbana das Beiras viu a luz do dia. A maioria dos municípios constituintes esteve reunida na última segunda-feira na Covilhã, mas foi forçada a adiar esta decisão devido à ausência de última hora do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRC), Pedro Saraiva, no encontro. Tudo deverá agora ficar decidido na próxima reunião, prevista para a primeira quinzena de Dezembro, altura em que será também aprovado o regulamento eleitoral que vai disciplinar o sufrágio para a Junta e a Assembleia da comunidade, já agendado para o mês de Janeiro.

Segundo José Manuel Biscaia, presidente da Câmara de Manteigas, que participou na reunião, o processo eleitoral afigura-se «mais complicado» no caso da Assembleia da Comunidade, que será constituída por 53 membros eleitos pelas respectivas Assembleias Municipais, que irão constituir-se no colégio eleitoral, mediante a apresentação de listas. Este sufrágio vai decorrer «no mesmo dia e à mesma hora», refere o autarca, admitindo, por outro lado, que a eleição da Junta será «relativamente mais fácil», pois será sufragada pelos presidentes de câmara, de entre aqueles que se candidatarem. Um sistema que vai assentar numa campanha eleitoral que deverá permitir à(s) vária(s) lista(s) concorrente(s) explanar os seus objectivos. Os candidatos ainda não são oficialmente conhecidos, mas já se sabe que Maria do Carmo Borges está indisponível para a presidência da Junta, cujos membros serão eleitos para um mandato de quatro anos, enquanto Carlos Pinto não tem rejeitado o cenário. Júlio Sarmento é outro candidatável, com a certeza de contar com o apoio da grande maioria dos autarcas do distrito da Guarda. No entanto, uma lista de consenso não está descartada. No meio disto tudo há uma certeza a ter em conta, é que o escolhido pode ter um mandato a prazo após as autárquicas de Outubro de 2005.

Recorde-se que a Junta vai ficar sediada em Manteigas, enquanto Belmonte acolherá a Assembleia e o Conselho da Comunidade, um órgão consultivo constituído pelos elementos da Junta, presidente da CCDRC e representantes dos serviços e organismos desconcentrados do Estado. De acordo com os estatutos da Comurbeiras, a Comunidade terá como recursos as contribuições dos municípios e as transferências do Orçamento de Estado, podendo ainda contrair empréstimos em termos idênticos aos das Câmaras. Entretanto, José Manuel Biscaia, Carlos Pinto e Maria do Carmo Borges foram escolhidos, na reunião da Covilhã, para representarem a Comurbeiras na reunião agendada para dia 16, que vai juntar todas as áreas metropolitanas e comunidades do país, com o ministro das Cidades e Ordenamento do Território, José Luís Arnaut. A ComurBeiras é formada por nove concelhos do distrito da Guarda e três de Castelo Branco, num total de cerca de 200 mil habitantes. Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Mêda, Pinhel, Sabugal e Trancoso, bem como os concelhos de Belmonte, Covilhã e Penamacor são os municípios constituintes da primeira Comunidade Urbana da Beira Interior.

Álvaro Amaro consensual na GAM de Viseu

Na vizinha Grande Área Metropolitana (GAM) de Viseu optou-se por escolher já uma comissão eleitoral, cujos elementos constituem também a futura lista candidata à eleição da Junta Metropolitana. A preferência recaiu, segunda-feira, sobre Álvaro Amaro (Gouveia), Soares Marques (Mangualde) e Mário Ferreira (Tarouca), sendo, ao que tudo indica, uma escolha consensual. Segundo Fernando Ruas, autarca de Viseu, estes são «quem os presidentes de Câmara querem na futura lista para a Junta Metropolitana». Já Álvaro Amaro assumiu aos jornalistas que deverá ser o futuro presidente da GAM: «É para mim uma honra poder vir a ser o primeiro presidente da GAM de Viseu e tenho, como todos os 21 presidentes de Câmara, um empenho imenso para que nós, no interior a caminho do litoral, possamos demonstrar a força que podemos ter no sentido de reclamarmos a tão falada discriminação positiva», afirmou. «Todos trabalharemos durante o ano 2005, logo após a instalação dos órgãos, para que a população de toda a área metropolitana possa sentir gradualmente que foi positivo integrar a GAM», sublinhou o autarca de Gouveia. Curiosamente, um dos grandes opositores à escolha de Amaro foi Eduardo Brito, presidente do município de Seia, o terceiro mais populoso da GAM. O autarca vizinho saiu a terreiro defender o nome de Fernando Ruas para presidir à Junta por se tratar da pessoa «mais indicada para gerar consensos». De acordo com Eduardo Brito, o seu homólogo de Viseu reúne «todas as condições para dar mais força, credibilidade e solidez ao projecto». A eleição deverá ocorrer até finais de Dezembro. Recorde-se que a Grande Área Metropolitana é composta por 17 concelhos do distrito de Viseu e quatro municípios do distrito da Guarda (Aguiar da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia e Seia), perfazendo um total de 354.887 habitantes.

Luis Martins

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