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Compra da sede do Sporting da Covilhã gera polémica

Direcção e presidente da Assembleia Geral às avessas por causa de uma proposta do empresário António Lopes

O tema da aquisição da sede do Sporting da Covilhã, que custa cerca de 625 mil euros, voltou a dominar a Assembleia Geral de sócios, na última segunda-feira à noite. Movidos pela curiosidade de conhecer a nova equipa dos “leões da serra” na Liga de Honra, dezenas de adeptos marcaram presença na sede do clube para uma reunião em que foi visível um certo “mau estar” entre a direcção e o presidente da Assembleia Geral. É que Carlos Casteleira insinuou no jantar dos 82 anos do Sporting – e também nesta última assembleia – que haveria pessoas «a querer sobrepor interesses pessoais» aos interesses do clube.

Estas suspeitas terão por base o negócio discutido entre os dirigentes e o empresário António Lopes para a compra do edifício. Pelo menos é esta a convicção de António Lopes, também presidente do Conselho Fiscal, que chegou a desafiar Carlos Casteleira a «expor as suas dúvidas» perante os sócios. Em causa deverá estar a proposta do empresário para a compra do imóvel por 750 mil euros. Em contrapartida, compromete-se a colocar o dinheiro que sobrar, 250 mil euros, à disposição do clube para construção de uma nova sede junto ao Complexo Desportivo da Covilhã. E isto apesar de defender que esta aquisição deveria resultar de um «esforço colectivo» da cidade – desde sócios, empresários, comerciantes e autarquia. «Mas há meses que andamos a sensibilizar os sócios e até agora nada», constata o empresário. A polémica surgiu precisamente por Carlos Casteleira «não ter exposto o assunto» aos associados. «No dia do aniversário do clube, pedi ao presidente da Assembleia Geral para explicar o assunto. Não o fez nessa altura e hoje voltou a não explicar», lamentou, considerando que Carlos Casteleira prestou um «mau serviço» ao Sporting ao não falar das possibilidades existentes para a compra da sede.

«Não percebo como se vai sensibilizar os sócios e os covilhanenses se estes não são colocados perante os problemas objectivos», acrescentou, recordando que os dirigentes consideram que a actual sede «não satisfaz cabalmente as necessidades do clube» por não ter condições para os técnicos e atletas desempenharem o seu trabalho. Face às suspeitas, António Lopes anunciou que apenas irá doar 10 por cento para a compra do edifício e outros 10 por cento para o campeonato. Igualmente indignado com as insinuações de João Casteleira estava José Mendes, presidente da direcção. «Só percebo a política desportiva, a outra não a percebo», respondeu, afirmando aos jornalistas «não compreender» as palavras do presidente da Assembleia Geral. «Este clube não vai para a frente porque há aqui muita coisa que não presta», criticou José Mendes, admitindo estar «magoado» com as palavras de João Casteleira. «Não as percebo desde que subimos de divisão», acrescentou. “O Interior” ainda tentou contactar Carlos Casteleira, mas até ao fecho desta edição tal não foi possível.

Liliana Correia

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