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Comitiva israelita evidencia importância da Judiaria de Trancoso

Visitantes sublinharam significado «histórico e sentimental» dos vestígios da presença judaica naquela cidade

Cerca de três dezenas de judeus israelitas visitaram, na passada segunda-feira, a Judiaria de Trancoso no início de um ciclo de visitas periódicas patrocinadas pela Associação judaica Rosh Pinah (Pedra Angular), a empresa municipal Trancoso Eventos e o município local.

O grupo chefiado por Jordan Horn, da International Association of Tour Managers, sedeada em Londres mas com representação em Israel, visitou as marcas de cristãos-novos, ou judeus convertidos à força, existentes no centro histórico da cidade e conheceu a arquitectura tradicional atribuída aos hebreus. Jordan Horn referiu, em encontro com o presidente do município, Júlio Sarmento, o «significado não só histórico, como sentimental, que estes sinais possuem no contexto dos judeus que, em Israel ou noutros locais, aqui teve ou tem suas raízes familiares». E sublinhou que Trancoso tem «bem preservados os sinais de tempos de perseguição inquisitória, mas também testemunhos da importância que a comunidade judaica teve no passado nesta antiga vila medieval, hoje cidade».

Jordan Horn defendeu a preservação destes sinais e chamou a atenção para o facto dos «nomes, as pedras e os sinais falarem da História de um povo, Judeu, que ainda preserva no interior em que Trancoso se insere, a sua cultura, religião e tradições». A comitiva israelita, em que se incluíam empresários, professores, profissionais liberais e autarcas, ficou ainda a conhecer a Casa do Gato Negro, com as representações do leão de Judá e das Portas de Jerusalém, o Poço do Mestre, as inscrições hebraicas, as ruas com casas de judeus e marcas cruciformes, a zona do castelo e o pelourinho, as representações do Pentagrama e as muralhas de Trancoso. Por sua vez, Júlio Sarmento chamou a atenção dos visitantes para o significado que vai ter a construção do Centro de Interpretação Judaico Isaac Cardoso, insigne personalidade hebraica do século XVI natural da cidade, «onde vão ser colocadas memórias, um espaço religioso, áreas de investigação e estudo».

O autarca acrescentou que Trancoso é «uma marca sublinhável na história da presença judaica em Portugal que urge preservar em todas as suas componentes e que, no domínio do turismo cultural, pode ter aqui um papel dinamizador e irradiador de novos circuitos e fluxos turísticos, mas também de desenvolvimento económico».

José Domingos

E ficaram a conhecer o projecto do Centro de Interpretação Judaico Isaac Cardoso

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