Os efeitos da crise parecem não se fazer sentir em Figueira de Castelo Rodrigo, onde os comerciantes estão satisfeitos com os primeiros três fins-de-semana da Festa da Amendoeira em Flor.
Pedro Rocha, do restaurante “O Lagar”, em Escalhão, refere que, apesar da floração só estar a começar agora, o negócio tem estado a correr bem. «Há, no entanto, um decréscimo em relação aos anos anteriores, mas mesmo assim tem havido bastante gente», afirma. «Essa diminuição verifica-se sobretudo em relação àquelas pessoas que tinham menos poder de compra e que, com a crise, passaram a ter ainda menos e deixaram de vir. Nas excursões mais económicas, notou-se um decréscimo da ordem dos 70 por cento», refere.
As suas expectativas são de que continue a haver «um fluxo apreciável de visitantes, se bem que com uma diminuição, pois o programa está quase no fim e quem nos visita, sobretudo os grupos organizados, regem-se por esse programa para planearem a sua vinda». Já os clientes particulares, acredita que continuem a vir «em bom número durante mais três fins-de-semana, que é o tempo que dura a amendoeira em flor».
Para atrair visitantes, Pedro Rocha considera importante o programa promovido pela Câmara, «porque as pessoas, além de virem apreciar o espetáculo da amendoeira em flor, vêm ver também o que há de novo por cá, se há mais condições, e se houver animação associada é claro que aderem. E com tudo isto claro que o comércio local sai a ganhar», garante. Já Hugo Santos, da Hospedaria do Convento Santa Maria de Aguiar, dá conta de uma procura «bastante acentuada» para esta época: «Até ao final do mês temos a lotação esgotada por causa das amendoeiras em flor, principalmente aos fins-de-semana. Há também muita gente a ligar e a escrever por e-mail, a pedir informações e a perguntar se a amendoeira já está florida ou não», revela.
Para o empresário, o balanço neste momento é «positivo, pois há muita gente, o que leva a concluir que a amendoeira em flor é cada vez mais chamariz e um ex-libris da nossa região». Hugo Santos diz ter também «boas expectativas» para as próximas semanas. «Os efeitos da crise notam-se sempre, mas é preciso combate-los», acrescenta, defendendo que «uma crise pode-se tornar numa oportunidade, pois obriga-nos a ter uma postura ativa no mercado». Nestas alturas, «muitas vezes temos de ser nós a ir buscar os clientes, em vez de esperar que eles nos batam à porta», refere. Eugénia Torres, da empresa de doces “Sabores da Geninha”, destaca, por sua vez, que as vendas estão a correr «muito bem» e que têm «superado as expetativas», ao ponto de este ano estar «a correr melhor que o ano passado, apesar da crise». Para esta comerciante, um evento como o Mercado da Amendoeira em Flor «ajuda bastante, porque ao fator das vendas soma-se o facto de ali podermos divulgar os nossos produtos para um público proveniente de todo o país».
