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«Combater fogos florestais sem ocupar o território é uma miragem»

Plano Operacional Distrital contra incêndios da Guarda foi aprovado por unanimidade na semana passada

A Comissão Distrital de Defesa da Floresta, reunida na semana passada no Governo Civil da Guarda, aprovou por unanimidade o Plano de Acção e Plano Operacional Distrital contra incêndios. Apesar da época de fogos estar a ser, até ao momento, relativamente calma no distrito, a falta de limpeza de terrenos por parte dos seus proprietários é uma questão que continua a causar preocupação.

O Governador Civil considera que é preciso encontrar «uma fórmula e tem de haver coragem política e pouca demagogia no tratamento» deste problema, adiantando que, de acordo com levantamentos efectuados, «há proprietários que nem sabem muito bem as propriedades que têm». Por outro lado, «muitos dos terrenos que estão ao abandono pertencem a pessoas que residem nas grandes cidades do litoral ou fora do país, cujos pais ou avós faleceram com eles já no estrangeiro e que depois nunca cá vieram e nem sabem onde ficam os terrenos». Santinho Pacheco refere que, actualmente, a propriedade rural é «muito diferente» de há uns anos, quando a «presença das pessoas nas aldeias garantia um acompanhamento mais ou menos permanente das suas propriedades». Em oposição, «hoje, verificamos que há um abandono dos terrenos», daí a importância dos proprietários serem «chamados à atenção», seja, por exemplo, através da aplicação de coimas «mais rigorosas» ou do «aumento da contribuição autárquica para os prédios rurais».

Na sua opinião, as pessoas «têm de ser sensibilizadas para a ideia de que ter terras implica alguma responsabilidade na sua limpeza». O Governador Civil avança até com uma sugestão que considera «muito eficaz» para resolver o problema e que passa por «ter terras disponíveis para que jovens agricultores se iniciem na exploração de caprinos e de ovinos», uma vez que «teríamos, à partida, zonas ocupadas e limpas que serviriam de tampão ao aumento dos incêndios». Considera, por isso, que «combater fogos florestais sem ocupar o território é uma miragem. Podemos fazer muita coisa, mas o risco é permanente. Se os terrenos forem ocupados, já que mais não seja com rebanhos de cabras e de ovelhas, era meio caminho andado». Quanto à reunião, Santinho Pacheco explicou que se destinou a cumprir um «formalismo legal», uma vez que todos os distritos têm que ter aprovados um Plano de Acção e um Plano Operacional Distrital contra incêndios.

Trata-se de um documento que reúne «um conjunto de dados de toda a natureza, de cartografia, um levantamento de meios e propostas de actuação». A sua aprovação permite que as estruturas de protecção civil do distrito possam ser candidatas «a fundos que pressupõem a existência desse plano». O Governador Civil sublinha que o documento não tem nada de novo: «É apenas colocar no papel aquilo que tem sido uma prática e um conhecimento muito próximo da realidade que nos vem de termos uma presença muito eficaz no terreno, quer na área da protecção civil distrital, quer das outras forças que actuam à sua volta, como GNR, PSP, brigadas florestais, “canarinhos” e, particularmente, os corpos de bombeiros».

Ricardo Cordeiro Terrenos limpos podem servir «de tampão ao aumento dos incêndios»

Comentários dos nossos leitores
AGG Euplatao92@msn.com
Comentário:
Mesmo lamentavel! Parece que o “Santinho”, nao sabe que sao os pastores,os maiores incendiarios do distrito? Enfim, quem sabe sabe e quem nao sabe manda… From the States
 
David Pinto bestdavid1@hotmail.com
Comentário:
Bla bla bla… e mais bla bla, isto funciona assim, só conversa e pouca acçâo. Para o ano, há mais do mesmo! E já agora, esta reunião deveria ter sido planeada antes da éopca dos fogos, é mesmo a Tuga.
 

«Combater fogos florestais sem ocupar o
        território é uma miragem»

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