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«Com profissionalismo, conseguimos impor o nosso design no estrangeiro»

Cara a Cara – Entrevista: Isilda Pelicano

P – O que significa para si receber este prémio carreira?

R – Sempre que alguém nos distingue publicamente pelo trabalho que desenvolvemos, naturalmente que ficamos lisonjeados porque significa que o nosso trabalho foi notado e apreciado. Ser distinguida pelo IADE (Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing) com o Prémio Carreira 2011 é ainda mais gratificante pelo facto de ter sido ex-aluna e, sobretudo, pelo prestigio que esta Escola tem na área do Design.

P – Quais os pontos altos e, por outro lado, as maiores dificuldades com as quais se deparou ao longo da carreira?

R – As maiores dificuldades terão sido as inerentes a ter iniciado uma carreira na moda muito tarde, aos 40 anos, num país sem grande tradição nem mercado nesta área. Mas a vida de uma designer de moda, não sendo só o glamour das revistas e dos desfiles, é, contudo, plena de desafios e de momentos únicos como o culminar de uma coleção e levá-la à passerelle, ver as pessoas vestidas com as nossas criações ou quando vencemos o Concurso Internacional para o design e produção dos fardamentos quer do Euro 2004, quer do Euro 2008 (na Áustria e Suíça) e que foram uma demonstração de que, com profissionalismo, conseguimos impor o nosso design no estrangeiro.

P – Qual a sua ligação atual com Alfaiates?

R – Saí de Alfaiates muito nova, aos três anos, mas, sempre o disse, mantenho um carinho enorme por tudo o que me rodeou na juventude (passei lá a maior parte das minhas férias). As pessoas, as paisagens da minha aldeia mantêm-se vivas na minha memória e, independentemente de por lá ter ainda muita família e amigos, gosto de ir a Alfaiates simplesmente pelo facto de recordar. É bom sentir que gostamos do local onde nascemos.

P – Teve dificuldades em entrar no meio por ser originária de um meio mais pequeno?

R – Não. Isso não teve qualquer influência, pois, como referi, vivi em Lisboa desde os três anos, licenciei-me e exerci a minha atividade na capital. As dificuldades iniciais na carreira foram apenas as naturais e resultantes de um mercado pequeno onde tínhamos que criar as nossas próprias oportunidades, pois não havia um circuito de moda implantado e profissional em que nos pudéssemos integrar.

P – Quais os principais projetos que tem em mente para o futuro?

R – Continuar a desenvolver um trabalho sério que possa levar à manutenção do reconhecimento da etiqueta Isilda Pelicano e se possível expandi-lo para outras áreas e mercados.

Isilda Pelicano

«Com profissionalismo, conseguimos impor o
        nosso design no estrangeiro»

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