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Coisas simples

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Um facto impossível de fugir é a recorrência de falar daquilo que nos é mais próximo. Com frequência dou por mim a exemplificar com a saúde, e as experiências nela vivenciadas.

Hoje vou da generalidade ao particular da saúde. Abstracção: há inúmeras coisas simples que parecem importantes sem que a evidência o demonstre, e há inutilidades que se colocaram à nossa vida como indispensáveis. Veja-se a coca-cola, a pastilha elástica e depois englobar outras descobertas mais acutilantes e evolutivas veja-se o telemóvel, perceba-se o computador. Se por um lado os dois últimos são evoluções, não podemos gerar a noção da sua irrecusável presença.

A vida é feita de tantas coisas simples e evolutivas como os materiais de pensos. Hoje parece impossível não se encherem os armazéns de materiais produzidos para tratamentos de feridas, muito mais caros que os anteriores, e produto de linhas de investigação farmacêutica, lançando-se a ideia que antes era a escuridão. Em boa verdade as meta-análises comparativas tardam em aparecer e a maioria dos trabalhos investigados parecem não ter a credibilidade apregoada. Podemos viver melhor, de forma mais estética, melhor manuseável, mas nem sempre devemos ser obrigados a pagar o preço do excesso. Na minha opinião, ainda hoje a maioria dos métodos tradicionais é vantajoso pela possibilidade de ensino para o domicílio. Os novos materiais são mais fáceis de manusear e vêm em embalagens herméticas e estéticas. Cria-se mais lixo e poupa-se na esterilização porque já vêm preparados. Interessante é que muitas situações não precisam mais que higiene, por vezes de esterilização, e hoje vemos gente com pensos realizados por técnicas sofisticadas a quem não se fez a higiene. Lá vai o exemplo obscuro da saúde com característica abaixo da cintura. É como limpar o cu com papel higiénico estéril, embalado em pacote inviolável e individual e nunca o lavar. Haja Deus.

Por: Diogo Cabrita

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