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Coisas difíceis na Guarda

Desloquei-me à Rodoviária da Beira Interior para recolher horários dos autocarros urbanos, com vista a estudar a possibilidade da sua utilização por um familiar matriculado na Escola Afonso de Albuquerque – sendo a nossa residência na zona do “Colégio de S. José”.

Como existe uma paragem junto ao “Colégio” e que está “validada” pela Câmara da Guarda e pela Rodoviária da Beira Interior, pensei que seria fácil encontrar uma alternativa nos horários que desse resposta à necessária compatibilização com os horários escolares.

Puro engano, o que se passou é perfeitamente surrealista e caricato.

A funcionária que me atendeu, esforçada na argumentação, fez o favor de me entregar dois “papéis A4” que eram os horários. Manifestei-lhe a minha incapacidade de entender os “horários” (…) e pedi a sua ajuda. Numa tentativa de ajudar, para que me ajudasse, comecei por dizer que não encontrava nos “horários” nada que pudesse identificar a paragem ou a rua onde pretendia iniciar e terminar as deslocações: Av. Monsenhor Mendes do Carmo – junto ao “Colégio de S. José”.

A funcionária foi-me esclarecendo que os horários não poderiam trazer todas as indicações, mas aproveitou para me informar que o horário que pretendia para início das aulas às 8h30 não”dava”, pois o autocarro chegava frequentemente mais tarde, ainda que o horário de chegada à zona da escola fosse 8h25 – assim mesmo.

E a empresa conhecedora da situação não pode fazer ajustes? E a Câmara da Guarda nada tem a dizer?

E no sentido contrário que alternativas? Bem aqui foi o descalabro, não sabia! Apenas que estava tudo mal, talvez um senhor, que é chefe, soubesse.

Lá me indicou onde trabalhava esse chefe; expus-lhe que pretendia entender os “horários” e, esperançado na ajuda, aguardei por palavras simples e objetivas.

(…) Foram feitos por uns doutores e engenheiros e está tudo mal – dito assim pelo chefe – simples e objetivo.

Perante a minha continuada incapacidade de entendimento, pediu ajuda telefónica a outro chefe e aí renasceu-me a esperança. Mas pouco durou o estado de esperança, aumentou a minha confusão e finalmente o primeiro chefe confirmou que não entendia os papéis e que estavam mal feitos e que foram feitos por uns Doutores e Engenheiros, mas mesmo assim ainda me deu umas “dicas” completamente contrárias às informações dadas pela colega. Por agora desisti, vou ver se consigo ânimo para nova tentativa.

Entretanto:

Srs. Doutores e Engenheiros da Rodoviária da Beira Interior poderiam fazer o favor de elaborarem documentos para os potenciais utilizadores? Mas como somos apenas pessoas normais, esforcem-se para podermos entender e já agora podermos ser utilizadores, pois será a maneira de amanhã vos poderem pagar os Vossos salários.

E Srs. Doutores e Engenheiros da Rodoviária da Beira Interior uma formação aos Srs. Funcionários para atendimento aos utilizadores dos serviços da empresa não seria demais e entenderem, tal como Vós, que quem paga os Vossos salários são os clientes.

Srs. (não sei quem!) da Câmara da Guarda, poderiam Vossas Excelências deslocar-se aos escritórios da Rodoviária da Beira Interior e pedir uns horários para virtualmente usarem os Transportes Urbanos por Vós aprovados. Eu sei que não é para usar, livre-vos Deus desse castigo, é apenas para tomarem conhecimento do que se passa com estes vulgares pagantes dos Vossos salários.

Sr. diretor de O INTERIOR – como exercício lúdico – faça ou mande fazer um teste.

Leitor devidamente identificado, Guarda

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