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Co-adopção de crianças por parte de pessoas do mesmo sexo

Foi aprovada recentemente a co-adoção por parte de pessoas com o mesmo sexo pelo Parlamento português e logo choveram críticas e congratulações dos mais diversos quadrantes. Sendo este um dos temas fraturantes da sociedade portuguesa, tal enchente opinativa não é de admirar e talvez até de saudar. No entanto, a qualidade das ditas intervenções é que deixa muito a desejar. E de um leque muito variado de opiniões não se pode deixar passar (pela negativa) a opinião da jornalista Maria Teresa Alves quando expressa o seu medo das crianças adotadas por homossexuais serem seduzidas pelos seus pais adotivos aquando da chegada da adolescência. Isto fez-me pensar que o meu filho será inevitavelmente seduzido pela minha mulher. Completa estupidez!

Mas pensemos um pouco sobre o que estará por detrás de tal afirmação. O que levou esta pessoa a proferir semelhante atrocidade intelectual? (…). A principal razão que se encontra subjacente a tudo isto é o facto de algumas pessoas tenderem a confundirem orientação sexual com valores morais. Nada de mais errado, um aspeto nada tem a ver com outro. Caracterizar a conduta moral de alguém por ser homossexual é o mesmo que dizer que alguém é mau porque gosta de comer ovos cozidos. As pessoas homossexuais sabem distinguir a esfera do bem da esfera do mal. Assim sendo, penso que se estas pessoas se dispõem a dar um lar a uma criança e havendo tantas crianças institucionalizadas e com tudo o que isso implica, porque não unir estas partes.

Surgem também logo uma série de pessoas que afirmam que as crianças adotadas por homossexuais irão também ser homossexuais. A isto eu pergunto: se os homossexuais não se podem reproduzir e até agora não podiam adotar, como é que existem? Quererá isto dizer que por detrás de cada homossexual está um casal heterossexual? Mas se um casal homossexual produz crias homossexuais, então também um casal heterossexual apenas deve produzir crias heterossexuais, o que não sucede. Reflitamos um pouco sobre isto…

Daniel Bordalo, carta recebida por email

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