A companhia Circolando apresenta sábado à noite, no TMG, um manifesto poético que, sem palavras, quer falar da importância da preservação da memória e do devaneio. “Mansarda” é uma criação colectiva de teatro e dança que fecha um ciclo temático, designado “Poética da Casa”, iniciado pelo grupo em 2006.
As linguagens das imagens e das emoções, do corpo, dos objectos e da música são a base deste espectáculo que pretende construir uma súmula das várias ideias de casa abordadas durante o ciclo. Ou seja, o lugar das memórias vivas, feitas de terra, ar e água, mas também do dia, da noite, do Inverno e do Verão. Ali cabem ainda as vivências, histórias e imagens que fomos retendo. «No fundo, uma casa para o nosso coração. Uma casa que se confunde connosco e sempre nos acompanha», adianta a Circolando. Os escritos de Bachelard e os desenhos, esculturas e instalações de Louise Bourgeois são as referências base desta produção, postas em diálogo com outros autores, como Al Berto, Tonino Guerra, Mia Couto, Chagall ou Dussaud.
“Mansarda” é a segunda criação portuguesa integrada no projecto europeu de cooperação teatral, “Prospero”, do qual é membro fundador o Centro Cultural de Belém, que co-produz este trabalho com o Teatro Nacional de São João. A direcção artística é de André Braga e Cláudia Figueiredo, que também escreveu a dramaturgia. A música é de Alfredo Teixeira, enquanto a interpretação está a cargo de Ana Madureira, André Braga, Graça Ochôa, Inês Oliveira, Inês Mariana Moitas, João Vladimiro, Mafalda Saloio e Patrick Murys. O espectáculo é apresentado no âmbito da rede “5 Sentidos”, constituída pelo TMG, Teatro Viriato (Viseu), Teatro Maria Matos (Lisboa), Teatro Virgínia (Torres Novas) e Centro Cultural Vila Flor (Guimarães).