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Cinema de excelência para ver em Foz Côa

CineCôa começa hoje e contará com a presença dos cineastas Benoît Jacquot e Lisandro Alonso

Os ciclos dedicados ao francês Benoît Jacquot e ao argentino Lisandro Alonso, que vão estar presentes, são o ponto forte do cartaz do Festival Internacional de Cinema de Foz Côa, cuja segunda edição decorre entre hoje e domingo. No auditório municipal e no Museu do Côa, o CineCôa exibirá 27 filmes que vão dos primórdios do cinema até à atualidade, todos com entrada gratuita.

O evento arranca hoje com “Adeus, Minha Rainha”, a mais recente produção de Jacquot, que abriu o Festival de Cinema de Berlim, em estreia absoluta em Portugal. Já a sessão de encerramento está marcada para domingo, quando Mário Laginha acompanhará ao piano o filme mudo “L’Hirondelle et La Mesange” (1920), de André Antoine. O festival terá também a participação da arquiteta brasileira Elizabeth de Portzamparc e da atriz portuguesa Catarina Wallenstein, que terão carta branca para escolher filmes. Será ainda homenageado o falecido realizador italiano Vittorio De Seta com a exibição da série de documentários “O Mundo Perdido”, filmada entre 1954 e 1959, e dedicado um ciclo à relação entre cinema e arquitetura, com filmes de Jacques Tati, Jean-Luc Godard e o documentário “The City”, de Ralph Steiner e Williard Van Dyke.

João Trabulo, diretor artístico do CineCôa, fala numa «grande edição», considerando que o festival atingiu este ano «outro patamar, tanto em número de sessões, como de convidados e de eventos a acontecer em simultâneo». O objetivo «é fazer com que este festival se imponha como um evento de referência na região e em todo o país, e mesmo além-fronteiras», adianta. Nesta edição, João Trabulo destaca a presença de Benoît Jacquot, «um dos grandes cineastas franceses vivos», e de Lisandro Alonso, «um nome de relevo do cinema independente», bem como a realização do COALAB, «em complemento à programação oficial e em estreita relação com ela». Trata-se de uma plataforma de apresentação para projetos de cinema ainda não finalizados e que pretende «atrair investidores, diretores de festivais internacionais e outros profissionais da área, para analisar projetos de cineastas emergentes da cena nacional e mundial», explica o programador. O vencedor receberá um prémio de cinco mil euros, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa mostra-se igualmente otimista para esta edição, «até porque no ano passado correu muito bem». Segundo Gustavo Duarte, em 2011 houve mais de 2.500 espetadores, um número que espera ver aumentar. «Há mais filmes e houve uma ampla divulgação a nível nacional, pelo que tudo se conjuga para que possa haver maior afluência», refere. O edil revela a intenção de tornar o CineCôa «num certame de referência» e fazer com que Vila Nova de Foz Côa se transforme na «capital cultural do interior». De resto, salienta que a iniciativa insere-se numa estratégia de «criação de eventos capazes de atrair visitantes», porque «o que falta a esta região é gente». Gustavo Duarte reconhece que «há alguns obstáculos decorrentes da interioridade» e acrescenta que «até foi por isso» que o CineCôa foi apresentado em Lisboa, depois do Porto no ano transato.

O CineCôa deverá custar cerca de 30 mil euros à autarquia, uma verba superior à do ano passado mas que o autarca considera «perfeitamente acessível para um festival desta grandeza e com este elenco», destacando que «acima de tudo, é um investimento na região». Na sua opinião, «muitas vezes fazem-se gastos menores sem retorno e que todos somados, se calhar, até dão uma verba maior. Este evento é mais barato comparativamente a outros festivais que se fazem por aqui e atrai muito mais gente».

Fábio Gomes Benoît Jacquot estará no festival fozcoense, que exibirá seis dos seus filmes

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